Executado em plena luz do dia no maior aeroporto do país, Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), era investigado por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro para a organização criminosa.
Gritzbach estaria jurado de morte pela organização, após suposto envolvimento no assassinato de dois membros da facção, incluindo Anselmo Becheli Fausta Nova, conhecido como "Cara Preta", um dos maiores traficantes de drogas de São Paulo.
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Segundo as investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, Gritzbach teria fretado um helicóptero para transportar R$ 1,5 milhão em espécie, utilizado como entrada para a compra de um imóvel de luxo no litoral norte paulista.
O bem teria sido adquirido em nome de um líder do PCC, como forma de camuflar a verdadeira propriedade. Para desviar a atenção das autoridades, ele teria registrado as mansões em Bertioga nos nomes de familiares como "laranjas".
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Lavanderia para o PCC
A Promotoria de São Paulo concluiu que Gritzbach cometeu crime de lavagem de dinheiro, utilizando transferências bancárias e imóveis para “limpar” recursos do tráfico de drogas e armas do PCC.
Em um dos casos, o empresário teria negociado uma casa de R$ 2,5 milhões, embora o valor real da transação tenha sido de R$ 6 milhões, conforme indicado em conversas interceptadas.
O assassinato de Gritzbach, ocorrido na área de desembarque do Terminal 2 do aeroporto, teria sido motivado por vingança, após suspeitas de que o empresário estivesse envolvido na morte de outros membros do PCC.
Execução em plena luz do dia
Gritzbach foi executado com 10 tiros ao deixar o saguão do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira (8). Outras três pessoas foram atingidas durante o ataque; uma delas, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu.
PF investiga o caso
Neste sábado (9) a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito em São Paulo para investigar o assassinato de Gritzbach. A decisão foi tomada em comum acordo entre o governo federal e o Ministério da Justiça, considerando a gravidade e a complexidade do crime, que envolve suspeitas de facção criminosa e possível conivência de agentes públicos.