Falou pela 1ª vez: O depoimento dramático da mulher estuprada por Robinho

Passados mais de 11 anos daquela fatídica noite, ela resolveu falar. A mulher albanesa estuprada coletivamente pelo jogador Robinho e seus amigos, numa boate de Milão, na Itália, deu seu testemunho para uma série documental produzida pela GloboPlay. Na obra, ela pede aos diretores para ser chamada apenas de “Mercedes” e tem o rosto preservado o tempo todo.

Segundo os produtores de “O Caso Robinho” informaram que a gravação foi realizada no país de origem da vítima e que ela hoje vive com um companheiro, ainda tentando se recuperar de tudo que passou. A série, que estreou na plataforma de streaming da Globo nesta quarta-feira (30), revela uma jovem que teve seus sonhos interrompidos e passou a viver um verdadeiro inferno depois do crime.

“Se eu fosse me descrever, me sentia como uma música brasileira. Cheia de ritmo, cheia de alegria, cheia de luz. Digo sempre que eu estava cheia de cores. Coisa que depois se apagou. Obviamente tiraram uma parte importante de mim. O tempo ajuda, mas não apaga”, diz “Mercedes”.

Questionada sobre a decisão de falar agora, após a condenação do jogador pela Justiça italiana e a homologação da pena pelo Judiciário Brasileiro, o que levou Robinho para trás das grades em março deste, para cumprir nove anos de cadeia, ela afirma que é necessário educar os homens para que casos assim nunca mais ocorram.

“Espero que meu testemunho seja útil. Não para condenar de novo em nível midiático ou para humilhar publicamente. Mas que possa servir como ensinamento. Porque no fim é muito fácil chegar à sentença, à condenação. Seria justo que se pare antes, que isso não aconteça. É nisso que precisamos trabalhar. Trabalhar com os meninos, nas escolas, educar com a família, que é a base para tudo. A gente precisa ser responsável desde cedo”, acrescenta ainda a vítima.