ELEIÇÕES 2024

PF investiga 660 casos de crimes eleitorais; compra de votos e caixa 2 são os principais

Maioria dos casos está concentrada no estado do Rio de Janeiro, com 126 inquéritos abertos

Polícia Federal apura 660 casos de crimes eleitorais no país.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Polícia Federal (PF) já abriu 660 inquéritos policiais desde o início da campanha eleitoral de 2024, em 16 de agosto, para apurar possíveis crimes eleitorais. O número representa uma média de 13 novos casos abertos por dia. 

De acordo com o levantamento da PF, a maioria das investigações é sobre caixa 2, quando o dinheiro utilizado na campanha não é declarado à Justiça Federal. São cerca de 155 casos abertos para apurar a prática. Em segundo lugar, o crime de compra de votos conta com mais de 100 inquéritos.

A PF também apura:

  • 84 casos de inscrições fraudulentas de eleitores, como a transferência de domicílio eleitoral sem comprovação de residência no novo local;
  • 76 casos de apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral, que ocorre quando o candidato ou o administrador financeiro da campanha desvia recursos para uso pessoal ou de terceiros;
  • 70 de difamação eleitoral, que se caracteriza por ataques pessoais ou informações falsas contra um candidato com o objetivo de prejudicar sua reputação.

O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de investigações, com 126 inquéritos abertos. Desse total, a maioria (57), se refere à apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral. Em seguida, aparecem os estados do Paraná (76), São Paulo (64), Ceará (42), Distrito Federal (25) e Goiás (23).

Somente nesta quinta-feira (3), quatro operações foram deflagradas nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe. Em Manaus (AM), a Operação Tupinambarana Libera mira uma suposta organização criminosa de facções e agentes públicos envolvidos em práticas ilegais para favorecer um candidato em Parintins (AM).

No Rio de Janeiro, a Operação Nômade Eleitoral investiga outra organização criminosa que aliciava eleitores para mudar seus domicílios eleitorais de Santa Cruz para Itaguaí, municípios da Baixada Fluminense. 

Já no Rio Grande do Sul, a PF deflagrou a Operação Integridade Eleitoral em São Borja para apurar a captação ilícita de votos e falsidade ideológica eleitoral. A corporação também investiga suspeitas de  interferência de facção criminosa no processo eleitoral. 

Por fim, em Sergipe, a Operação Listagem mira acusações de compra de votos em Lagarto.

As informações fazem parte do painel de monitoramento da PF, que permite que cidadãos acompanhem informações sobre casos de crimes eleitorais.

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