ELEIÇÕES

Cármen Lúcia repudia violência política promovida por Marçal: "Ofende a democracia"

A ministra do STF e presidenta do TSE exigiu que os candidatos e seus auxiliares se deem o respeito

Cármen Lúcia repudia violência política promovida por Marçal: "Ofende a democracia".Créditos: Reprodução redes sociais
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Durante a abertura dos trabalhos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (24), a ministra Cármen Lúcia, atual presidente da Corte responsável pelas eleições, repudiou as cenas de violência registradas ao final do debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, promovido pelo Flow Podcast.

Sem mencionar diretamente o candidato Pablo Marçal (PRTB), Cármen Lúcia criticou os métodos de violência política praticados pelo postulante à prefeitura de SP, que busca monopolizar os votos da extrema direita.

"É necessário exigir, em nome do eleitorado brasileiro, que os candidatos e seus auxiliares de campanha se deem ao respeito. E, se não se respeitam, que ao menos respeitem a cidadania brasileira, pois ela não está à mercê de cenas e práticas que envergonham e ofendem a civilidade democrática. Também é preciso conclamar os partidos políticos a que tomem consciência", afirmou Cármen Lúcia.

Em seguida, a ministra criticou diretamente a violência política como método. "A violência praticada no ambiente da política desrespeita não apenas o agredido, mas também ofende toda a sociedade e a própria democracia", disse Cármen Lúcia.

Por fim, Cármen Lúcia declarou que solicitará agilidade aos órgãos competentes na investigação de agressões políticas.

"Estou encaminhando ofício à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e aos presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais para que eles priorizem, com celeridade e efetividade, suas funções de investigação, acusação e julgamento de atos contrários ao Direito Eleitoral e agressões à cidadania, considerando os casos de violência que têm se repetido neste processo eleitoral em curso e que afrontam até mesmo a nobre atividade da política, tão necessária", explicou a ministra.

Debate entre candidatos em SP acaba com confusão e agressão física

O debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo promovido pelo Flow Podcast na noite desta segunda-feira (23) terminou em confusão. O candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) foi expulso do encontro já no término do programa. 

Nas considerações finais, o ex-coach disse que, em caso de vitória, a Polícia Federal prenderia o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) em função do chamado “esquema das merendas”.

O jornalista e mediador Carlos Tramontina, seguindo as regras que tinham sido anunciadas antes do início do debate, advertiu Marçal três vezes. Segundo o regulamento, a tripla advertência resultaria na exclusão do evento.

Já na saída, houve um confronto entre integrantes das equipes de campanha e um assessor de Nunes teria sido agredido com um soco no rosto.

Agressão

Pelo Instagram, o candidato Guilherme Boulos (PSOL) falou sobre o ocorrido, destacando que antes de começar o debate Marçal e Nunes já haviam trocado ofensas.

"Um cara da equipe dele (Marçal), ao que tudo indica, agrediu um cara da equipe do Nunes. É isso que a gente conseguiu ver no final, uma agressão absurda, é o nível da turma do Marçal, mas ao mesmo tempo o clima de baixaria entre os dois que estava desde o começo", conta Boulos. 

A pessoa agredida foi o marqueteiro da campanha de Ricardo Nunes, Duda Lima, que recebeu um soco do videomaker da campanha de Marçal, Nahuel Medina, e saiu do local do debate com o rosto ensanguentado.

Em entrevista ao próprio Flow, Tabata Amaral falou que sem poder dar o "showzinho de merda dele", se referindo ao candidato do PRTB, Pablo Marçal "não tem nada a dizer".

"O que aconteceu não pode ser normalizado. O assessor do Pablo Marçal deu um soco no coordenador de outro candidato, sem nenhuma razão", contou ela. "Estava lá que nem uma filha da puta falando das minhas propostas, fazendo um debate sério, e tenho certeza que no dia de amanhã só vão falar do soco, não vão comparar as propostas." 

Confira abaixo um dos registros da confusão.