INACREDITÁVEL

Polícia descobre motivação inacreditável no caso das gêmeas mortas no RS

Caso chocante, ocorrido na cidade de Igrejinha, vai muito além do que se sabia até agora. Cenário absurdo surge com o aprofundar das investigações

As gêmeas Manoela e Antônia, que morreram com 8 dias de intervalo no RS.Créditos: Redes sociais/Reprodução
Escrito en BRASIL el

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul fez descobertas estarrecedoras sobre o caso das mortes de duas meninas gêmeas mortas num intervalo de oito dias na cidade de Igrejinha, cujas suspeitas recaem sobre a mãe delas. Manoela e Antônia, de 6 anos, apresentaram o mesmo quadro (parada cardiorrespiratória, boca espumando, inconsciência e estavam urinadas) dentro do imóvel onde viviam com os pais, no loteamento Jasmim, no bairro Morada Verde. No dia 7 deste mês, Manoela foi a primeira a morrer, enquanto a irmã Antônia faleceu na última terça (15).

O aprofundar das investigações trouxe à tona uma série de fatores, em diferentes perspectivas, que até o momento só reforçam a autoria do crime por parte de Gisele Beatriz Dias, de 42 anos. Segundo as autoridades, em certa ocasião, a mulher já havia colocado remédios de forma escondida na comida do marido, Michel Persival Pereira, de 43 anos, que não é considerado investigado pela polícia. Na mesma época do ocorrido, três gatos das meninas, que eram muito apegadas aos bichos, morreram com quadros semelhantes a envenenamento, no que teria sido uma espécie de “teste”.

“Eu sou o pai das meninas, a única coisa que eu dei para elas foi amor. Até o último momento, eu não acreditava que fosse nada”, disse Michel à reportagem da RBS TV, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul, ao chegar à delegacia para prestar depoimento. E a motivação, segundo a Polícia Civil, estaria ligada justamente a isso.

Para os investigadores, Gisele teria um ciúme obsessivo com o marido e estaria muito incomodada com a relação de afeto extrema entre o pai e as meninas, que também não o largavam. As oitivas realizadas até o momento revelaram que a mãe só tinha apego emocional a um filho que foi assassinado aos 22 anos, no ano de 2020, por relações com o tráfico de drogas. Com as gêmeas, ela seria totalmente indiferente e implicante.

Professoras e outros funcionários da área de Educação que trabalham na escola onde as meninas estudavam confirmaram à polícia que o pai era presente, carinhoso e tomava a frente de tudo no que dizia respeito à filhas, enquanto a mãe era evasiva e displicente. Profissionais de saúde da rede pública de Igrejinha também contaram que a mãe tinha o mesmo comportamento nas consultas com a família.

A polícia descobriu também, ouvindo pessoas de convívio próximo do casal, que ela tinha repetidas e graves discussões com Michel por ciúmes das duas meninas, que seriam a única preocupação do pai. Eles chegaram a se separar no ano passado e o episódio teve um capítulo que as autoridades consideram importante para a elucidação do crime.

Quando Michel não reatou o casamento com Gisele, ela procurou a delegacia de Polícia Civil e denunciou o marido por suposto abuso sexual das filhas gêmeas. O caso chegou a ser investigado, mas quando o casal voltou à relação a mulher procurou a unidade policial para admitir que havia inventado a história dos estupros, determinando às crianças que mentissem, para poder ficar com a guarda delas após um futuro divórcio, o que certamente afetaria o pai, muito apegado a elas.

Siga o perfil da Revista Fórum e do jornalista Henrique Rodrigues no Bluesky.