RIO GRANDE DO SUL

Polícia explica suspeitas contra mãe de gêmeas mortas em intervalo de 8 dias

Meninas de 6 anos apresentaram o mesmo quadro com uma semana de diferença, na cidade de Igrejinha (RS). Mãe está presa e é apontada como responsável pelo crime

As gêmeas Manoela e Antônia, que morreram com 8 dias de intervalo no RS.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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O caso das mortes de duas meninas gêmeas na cidade de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, ocorridas num intervalo de oito dias, segue chocando o país. Manoela e Antônia, de 6 anos, apresentaram o mesmo quadro (parada cardiorrespiratória, boca espumando, inconsciência e estavam urinadas) dentro do imóvel onde viviam com os pais, no loteamento Jasmim, no bairro Morada Verde. No dia 7 deste mês, Manoela foi a primeira a morrer, enquanto a irmã Antônia faleceu na terça (15).

Após as investigações preliminares sobre os dois trágicos episódios, o delegado responsável pelo caso, Cleber dos Santos Lima, titular do Departamento de Polícia do Interior (DPI) da Polícia Civil, decretou a prisão da mãe das crianças, uma mulher de 42 anos. Para tomar tal decisão, as autoridades levaram em consideração o comportamento da genitora e outras informações juntadas no inquérito.

Segundo a Polícia Civil gaúcha, o comportamento da mãe, classificado como “excêntrico”, era incomum desde o início. A mulher recebeu alta recentemente de uma internação por razões psiquiátricas. O marido dele, de acordo com o delegado, não é suspeito de nada, ainda que tenha dito que não suspeitava da esposa. No entanto, outros familiares alertaram a polícia sobre desconfianças em relação à investigada em questão.

A acusada apresentou um quadro grave e profundo de depressão e esteve internada durante a maior parte do mês de setembro. Um filho dela, com 22 anos à época, fruto de um relacionamento anterior ao atual, foi assassinado em 2020 por ter envolvimento com o tráfico de drogas, em Santa Maria, também no Rio Grande do Sul. Desde então ela vinha apresentando quadros depressivos repetidamente, afirmando que “gostaria de ir se juntar ao filho”.

“Ela sentia falta do filho que morreu, e declarava com frequência que gostaria de se unir a ele. Chama atenção que a mulher havia saído do tratamento psiquiátrico no início de outubro e, logo depois, as filhas dela morreram”, contou o delegado à reportagem do jornal gaúcho Correio do Povo.

A Polícia Civil relatou também que um outro aspecto pesou para a decretação da prisão da mãe. Ambas as vítimas apresentavam um quadro da boca espumando, com algum sangramento, o que foi apontado por médicos que atenderam aos casos e por peritos criminais como um indício de que elas poderiam ter sofrido envenenamento.

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