A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) abriu, nesta sexta-feira (18), uma investigação para apurar a conduta da Enel no atendimento aos clientes durante o apagão em São Paulo, que começou no dia 11 de outubro.
O órgão, que faz parte do Ministério da Justiça, quer analisar a eficácia dos canais de comunicação e do atendimento aos consumidores prejudicados pelas falhas no abastecimento de energia elétrica.
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A Enel foi questionada formalmente pela Senacon sobre o impacto para os clientes, os canais de atendimento e os planos emergenciais para restabelecimento da energia. A empresa apresentou uma resposta parcial, com pedido de prorrogação do prazo para alguns dos itens, como o diagnóstico detalhado do evento e o impacto nas operações. A secretaria concedeu tempo adicional de cinco dias.
A secretaria também vai avaliar as medidas preventivas da empresa, considerando que eventos climáticos são recorrentes e previsíveis. Estão em análise, ainda, o plano de contingência, a reparação aos consumidores prejudicados após episódios já ocorridos em 2023 e em 2024, a manutenção da rede, incluindo a poda de árvores, e possíveis falhas na prestação do serviço.
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O que diz a Enel
Em resposta à Senacon, a empresa justificou que a interrupção de energia foi causada por um fenômeno climático severo em 11 de outubro, com ventos de até 107,6 km/h. A tempestade, segundo a empresa, afetou diretamente as regiões Oeste e Sul da capital e causou desligamento de 17 linhas de alta tensão, danificação de 11 subestações e perda de 221 circuitos de média tensão.
A Enel ainda acrescenta que o restabelecimento da energia ocorreu de forma gradual, com a mobilização de helicópteros para a inspeção de linhas e equipes de reforço vindas de outros estados e países, como Rio de Janeiro, Ceará, Chile e Argentina. Ao final da madrugada, a concessionária informou que a energia foi totalmente restabelecida nas áreas afetadas.
O secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, rebateu a empresa, afirmando que “eventos climáticos extremos, embora desafiadores, não podem servir como justificativa para a falta de planejamento e resposta adequada de empresas concessionárias”.
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