SÃO PAULO

Senacon abre investigação para apurar atendimento da Enel durante apagão

Cerca de 3,1 milhões de imóveis ficaram sem luz em diferentes cidades da Grande São Paulo após fortes chuvas

Apagão em São Paulo.Créditos: Paulo Pinto/Agência Brasil
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A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) abriu, nesta sexta-feira (18), uma investigação para apurar a conduta da Enel no atendimento aos clientes durante o apagão em São Paulo, que começou no dia 11 de outubro. 

O órgão, que faz parte do Ministério da Justiça, quer analisar a eficácia dos canais de comunicação e do atendimento aos consumidores prejudicados pelas falhas no abastecimento de energia elétrica.

A Enel foi questionada formalmente pela Senacon sobre o impacto para os clientes, os canais de atendimento e os planos emergenciais para restabelecimento da energia. A empresa apresentou uma resposta parcial, com pedido de prorrogação do prazo para alguns dos itens, como o diagnóstico detalhado do evento e o impacto nas operações. A secretaria concedeu tempo adicional de cinco dias.

A secretaria também vai avaliar as medidas preventivas da empresa, considerando que eventos climáticos são recorrentes e previsíveis. Estão em análise, ainda, o plano de contingência, a reparação aos consumidores prejudicados após episódios já ocorridos em 2023 e em 2024, a manutenção da rede, incluindo a poda de árvores, e possíveis falhas na prestação do serviço.

O que diz a Enel

Em resposta à Senacon, a empresa justificou que a interrupção de energia foi causada por um fenômeno climático severo em 11 de outubro, com ventos de até 107,6 km/h. A tempestade, segundo a empresa, afetou diretamente as regiões Oeste e Sul da capital e causou desligamento de 17 linhas de alta tensão, danificação de 11 subestações e perda de 221 circuitos de média tensão.

A Enel ainda acrescenta que o restabelecimento da energia ocorreu de forma gradual, com a mobilização de helicópteros para a inspeção de linhas e equipes de reforço vindas de outros estados e países, como Rio de Janeiro, Ceará, Chile e Argentina. Ao final da madrugada, a concessionária informou que a energia foi totalmente restabelecida nas áreas afetadas.

O secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, rebateu a empresa, afirmando que “eventos climáticos extremos, embora desafiadores, não podem servir como justificativa para a falta de planejamento e resposta adequada de empresas concessionárias”.

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