PREJUÍZO

Apagão em São Paulo: prejuízo ao comércio ultrapassa R$ 1,6 bilhão

O setor de serviços foi ainda mais afetado, segundo Fecomércio-SP

Créditos: Paulo Pinto/ Agência Brasil
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A incompetência da Enel em restabelecer o fornecimento de energia no estado de São Paulo, desde a noite da última sexta-feira (11) até a tarde da terça-feira (15), já provocou perdas bilionárias nos setores de varejo e serviços.

Segundo a FECOMERCIO-SP, o impacto financeiro, considerando o faturamento não realizado, alcança R$ 1,65 bilhão. De acordo com o levantamento realizado, somente o comércio varejista paulista sofreu uma perda estimada de R$ 536 milhões nos cinco dias de apagão. O setor de serviços foi ainda mais afetado, com perdas preliminares avaliadas em R$ 1,1 bilhão.

"É inadmissível que a maior cidade do país enfrente frequentes interrupções no fornecimento de energia. A ausência prolongada de eletricidade causa transtornos graves à população e resulta em enormes prejuízos ao setor empresarial", afirmou a FECOMERCIO-SP em nota.

A maior preocupação das empresas do varejo e dos serviços em São Paulo é a falta de clareza quanto à normalização completa do fornecimento de energia. A Enel, responsável pela distribuição, ainda não estabeleceu um prazo definitivo para restabelecer a energia em todas as áreas afetadas.

Enquanto isso, a Enel informou que, até a manhã de ontem, cerca de 214 mil imóveis ainda estavam sem energia na Grande São Paulo. A concessionária também afirmou ter mobilizado equipes de manutenção de outros estados e países onde também opera.

O Ministério de Minas e Energia ordenou que outras distribuidoras colaborassem para acelerar a retomada do serviço na capital paulista.

Multas acumuladas

A Enel alega que a tempestade destruiu partes significativas da rede de distribuição, o que torna a restauração mais demorada do que o habitual. Desde 2018, a concessionária acumulou multas superiores a R$ 320 milhões da ANEEL, mas quitou apenas 10% desse valor, frequentemente justificando falhas pelo impacto de fenômenos climáticos.

Além disso, o cenário regulatório do setor elétrico brasileiro dificulta a aplicação de sanções mais rigorosas e a implementação de medidas preventivas, como a poda de árvores que podem comprometer a rede.