Em visita a uma casa que teve o telhado destruído pela queda de galhos de árvores durante as chuvas de sexta-feira (11) em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) desmentiu a acusação do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que, de forma inacreditável, culpou o governo Lula pelo apagão, que ainda afeta milhares de pessoas na cidade.
Com colete da Defesa Civil, Nunes gravou um vídeo no sábado (12) na Central de Monitoramento e tentou transferir a culpa para o governo federal.
Te podría interesar
"A Enel é concessão, regulação e fiscalização do governo federal. Eu estive no Tribunal de Contas da União (TCU) reclamando, fui ao ministro [de Minas e Energia, Alexandre Oliveira], deixei minha queixa, levei representação e, mais uma vez, a Enel deixa a cidade nessa situação", declarou, tentando se livrar da responsabilidade sobre a situação.
Nesta segunda-feira (14), Boulos rebateu a mentira do prefeito e mandou ele falar com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, que foi indicado por Jair Bolsonaro (PL) para o cargo, que tem mandato fixo - e não pode ser destituído por Lula.
Te podría interesar
"O problema todo é que temos um prefeito omisso. A questão é a seguinte: vamos colocar os pingos nos is porque o prefeito espalhou muita fake News querendo colocar na conta do governo federal - para ele é sempre assim, nunca a culpa é dele, impressionante. Ele disse que é o governo federal que não quer romper a concessão com a Enel. Quem analisa e pode romper as concessões é a Aneel e sabem que é o presidente da Aneel? Um cidadão chamado Sandoval, indicado por Jair Bolsonaro. E o Lula não pode tirar porque ele tem mandato fixo - igual ao Campos Neto no Banco Central", disse Boulos.
"O governo federal já pediu duas vezes, em abril e anteontem, pedindo a reavaliação da concessão da Enel. O Ricardo Nunes não é amigo do Bolsonaro? O Tarcísio não é amigo do Bolsonaro? Então em vez de ficar esbravejando e fazendo mimimi, vai lá! Convença o cara que o Bolsonaro colocou na Aneel", emendou.
Boulos ainda focou a tragédia vivida por parte da população e pequenos comerciantes que tiveram suas vidas e seus negócios afetados pela chuva.
"Quantos pequenos comerciantes não perderam tudo. Quantas pessoas que precisam de remédio mantido refrigerado, na geladeira, estão passando sufoco nesse momento", afirmou. "Hoje, em São Paulo, tem mais gente sem luz do que na Flórida, onde passou um furacão", emendou o psolista, que prometeu cassar a concessão da Enel.