Após as fortes chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro deixando um rastro de destruição em bairros periféricos da capital e em municípios da Baixada Fluminense, a ministra Anielle Franco, do Ministério da Igualdade Racial, reforçou que a concentração de um alto número de tragédias nesses locais têm uma mesma causa: o racismo ambiental.
Durante o temporal, Anielle publicou na rede social X que estava acompanhando os efeitos das fortes chuvas, “fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático”. Muitos internautas debocharam do comentário da ministra por ter usado o termo “racismo ambiental”.
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Na tarde desta segunda (15), então, a ministra publicou um vídeo em que explica o conceito e como ele age no estado do Rio de Janeiro, sempre causando uma série de tragédias durante as épocas de chuva.
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Para entender o termo ‘racismo ambiental’, é preciso questionar algumas características que os bairros e municípios vulneráveis têm em comum. A ministra começa justamente perguntando qual é a cor da maioria das pessoas que residem nesses locais.
Quando a gente olha os bairros e municípios mais atingidos, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual é a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares, e que mais uma vez estão ali perdendo suas casas, seus comércios, seus empregos, seus sonhos, sua esperança e sua vida como um todo, lutas e lutas sendo perdidas? Qual é a cor da maioria das pessoas que moram nos bairros da periferia que não tem árvores, com sistema de escoamento de chuva e saneamento precário, com moradia que não é digna?
Em seguida, a ministra explica como o termo racismo ambiental se aplica à realidade das tragédias após as fortes chuvas no Rio.
Bom, quando a gente para pra pensar sobre isso, a gente sabe que é coincidência quando dizem que favelas e periferias são quinze vezes mais atingidas que outros bairros. Não é natural que alguns municípios, bairros, periferias e favelas sofram com consequências mais graves da chuva do que outros. Bom, isso acontece porque uma parte da cidade, do estado, não tem a mesma condição de moradia, de saneamento, de estrutura urbana, do que a outra. Também não é natural que esses lugares tenham a maioria da sua população negra. Isso faz parte do que a gente chama e define de racismo ambiental e os seus efeitos nas grandes cidades. Esse termo já vem sendo usado desde a década de 1980, quando ganha força nos Estados Unidos, mas tem muitos ativistas brasileiros sempre têm falado sobre as vulnerabilidades de certas pessoas e onde essas pessoas moram.
A ministra ainda informou que desde cedo está em contato com autoridades locais e os ministros da Cidade; Desenvolvimento Regional e Desenvolvimento Social, para reforçar a importância do Governo Federal em apoiar esse momento e tentar diminuir a dor e sofrimento das famílias
O presidente lula como sempre já disponibilizou recursos para ajudar o povo carioca e atravessar mais essa tragédia. E a gente vai seguir trabalhando em conjunto com o compromisso de transformar essa realidade.
Anielle finalizou o vídeo pedindo para quem puder ajudar, que contribua com as famílias atingidas.
Veja o vídeo abaixo