JOGO DO TIGRINHO

Jogo do Tigrinho: saiba o que é o game que levou influenciadores à cadeia

O jogo online não tem registro nem representantes no país e está sendo investigado pela Polícia Civil de diversos estados por causar prejuízo financeiro

O jogo está na mira da polícia.Créditos: Reprodução
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Aparentemente dá a impressão de ser mais um inofensivo game disponível entre tantos. Porém, este é ilegal no Brasil e está sendo alvo de investigação pela Polícia Civil do Maranhão. O jogo vem causando prejuízos financeiros a usuários e até casos de suicídios.

A última investigação relacionada ao jogo resultou na prisão de três pessoas e um foragido no Paraná. Eduardo Felipe Campelo, Ricardo da Silva Nascimento, Gabriel Vieira Barbosa e Ezequiel Célio Soares dos Santos chamaram a atenção das autoridades após começarem a ostentar uma vida luxuosa nas redes sociais. “Olha aí, minha rapaziada. Ex-motoboy comprando carro de R$ 1 milhão", diz o influenciador Du Campelo em vídeo publicado. Essa mudança aconteceu logo após uma campanha de divulgação intensa do “Jogo do Tigrinho”.

Em setembro, a influenciadora Skarlete Mello já havia sido presa pela Polícia Civil do Maranhão por ter divulgado o jogo. De acordo com a investigação, ela recebeu cerca de R$ 8 milhões.

Como funciona o “Jogo do Tigrinho”

No estilo caça-níquel, o Fortune Tiger funciona como um cassino online. Você precisa apenas acertar três combinações de figuras em três fileiras diferentes para receber um prêmio em dinheiro. Apesar de parecer inofensivo, o jogo é proibido no Brasil, uma vez que a legislação proíbe jogos de azar. 

O papel dos influenciadores investigados e presos é o de aliciar pessoas a apostar no jogo através da ilusão de uma vida luxuosa. Eles aparecem com objetos de luxo e falam que conseguiram através do jogo. Porém, os vídeos divulgados são apenas simulações de falsas vitórias para atrair novos jogadores. 

A polícia afirmou que o sistema do jogo é hospedado fora do país e não existe registro ou representantes no Brasil. A suspeita é que o "Jogo do Tigrinho" esteja ligado a um esquema de pirâmide financeira.

“Recebemos denúncia de pessoas sendo remuneradas para estimular os consumidores a acessar jogos online que oferecem serviços não autorizados. Daí, quando você convida alguém para participar, ajuda a impulsionar o engajamento em uma plataforma ilegal e, eventualmente, pode ter participação na ilegalidade. Um indicativo é que os influenciadores são pagos”, declarou o responsável pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Augusto Barros, que participou da operação no Maranhão.

Prejuízos e desespero

. A maquiadora Jhenifer Blume afirmou que foi enganada por um influenciador que promoveu o link do Jogo do Tigrinho sem esclarecer que ela poderia perder muito dinheiro.

“Minha última perda foi de um valor de R$ 400, fora outros valores menores. Quem divulgou essa plataforma foi o influenciador Júnior André. Assim que teve esse ocorrido, eu entrei em contato com a assessoria dele, que ajuda a divulgar os links, mas foi em vão, pois, segundo eles, não podiam fazer nada”, destacou ela, em entrevista ao G1.

O delegado Pedro Adão, que participa das investigações, ressaltou que já foram registrados

“Nós tivemos no Maranhão o registro de três suicídios decorrentes de pessoas que começaram a jogar esses joguinhos eletrônicos, perderam uma grande quantidade de dinheiro e acabaram por ceifar suas próprias vidas. Então, a gente começou a investigar esses digitais influencers com atuação no Instagram que divulgam constantemente esses jogos e incitam as pessoas a jogarem, que acabam perdendo seu dinheiro. São jogos que foram feitos para tirar o dinheiro das pessoas”, afirmou, em entrevista à TV Mirante.

Influenciadora na mira da polícia

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A influenciadora digital Skarlete Mello foi alvo da Operação Quebrando a Banca, da Polícia Civil do Maranhão, realizada no dia 26 de setembro. Ela é suspeita de colaborar com o jogo e ganhar dinheiro divulgando apostas em suas redes sociais. Por isso, é investigada por jogos de azar, loteria não autorizada, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Skarlete tem mais de 300 mil seguidores nas redes. Conforme a polícia, foi detectada uma movimentação patrimonial incompatível em relação a cinco investigados, incluindo Skarlete e sua mãe.

“Recebemos denúncia de pessoas sendo remuneradas para estimular os consumidores a acessar jogos online que oferecem serviços não autorizados. Daí, quando você convida alguém para participar, ajuda a impulsionar o engajamento em uma plataforma ilegal e, eventualmente, pode ter participação na ilegalidade. Um indicativo é que os influenciadores são pagos”, declarou o responsável pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Augusto Barros, que participou da operação no Maranhão.