ROLÊ ALEATÓRIO

Em CPI, Ronaldinho afirma que não tem nenhuma associação com a pirâmide 18K Ronaldinho

Ao lado de Assis, ex-jogador dá depoimento estranho e desculpa esfarrapada em investigação de pirâmides financeiras

Ronaldinho Gaúcho está sendo investigado por envolvimento em esquema de pirâmidesCréditos: Reprodução/TV Câmara
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Após driblar muitas vezes a convocação para prestar depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras, o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho finalmente entrou na área da Câmara dos Deputados para realizar esclarecimentos à comissão de inquérito.

O ex-jogador foi convocado por ser acusado de fazer parte e promover o esquema de pirâmide de criptomoedas 18K Ronaldinho, que contava com a imagem e assinatura do atleta em diversas peças publicitárias.

Ele afirma conhecer o dono da empresa e ter feito propagandas para a empresa em uma propaganda de venda de relógios, mas nega que tenha autorizado o uso de sua imagem para as publicidades do esquema de pirâmide.

“Nunca foi autorizado que essa empresa utilizasse meu nome e a minha imagem. Nunca foi autorizado que a empresa usasse meu apelido na razão social”. disse o atleta.

O problema é que, quando questionado se processou a empresa por fazer propaganda com o uso de sua imagem, Ronaldinho preferiu ficar em silêncio.

Ronaldinho Gaúcho e o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019 (Marcos Corrêa/PR)

Na verdade, com qualquer pergunta minimamente espinhosa - como a própria pergunta se ele fazia confiava nos produtos da Nike -, o atleta optava pela quietude.

O irmão do jogador e empresário, Roberto de Assis Moreira, já depôs à comissão e também é apontado como um dos responsáveis pela participação do irmão em esquemas de pirâmide.

Em 2018, ano em que o ex-jogador fez forte campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro e fez propaganda da 18K Ronaldinho.

À época, ele dizia: “Eu não associo meu nome a coisa ruim. É um orgulho fazer parte de tudo isso, ter o meu nome em algo que me deixa muito orgulhoso, poder dizer que sou parte dessa tribo”.

A 18K Ronaldinho prometia lucros de 400% ao mês ou 2% ao dia, números completamente irreais. A empresa é alvo de uma ação coletiva no valor de R$ 300 milhões por crimes contra a economia popular e foi impedida de operar pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).