SISTEMA PRISIONAL

CNJ liberta quase 22 mil pessoas presas irregularmente

Mutirão processual liderado pela ministra Rosa Weber foi realizado em um mês e revisou mais de 70 mil casos

Conselho Nacional de Justiça.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Escrito en BRASIL el

Um mutirão processual realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu liberdade a 21.866 pessoas presas irregularmente. O processo durou cerca de um mês, entre julho e agosto deste ano, e os resultados foram divulgados pela ministra Rosa Weber, nesta terça-feira (26), durante sua última sessão à frente do Supremo Tribuna Federal (STF).

Os presos libertos se enquadravam nas situações de tempo de pena já cumprido ou regime mais grave do que deveriam ter sido condenados. 

O mutirão contou com o apoio dos 27 Tribunais de Justiça (TJs) e dos seis Tribunais Regionais Federais (TRFs) do país, e movimentou 100.396 processos. Após análise, o CNJ constatou que cabia revisão processual em 70.452 casos e modificou a situação de aprisionamento de 27.010 pessoas, onde mais de 21 mil tiveram liberdade concedida. 

Segundo a ministra, não houve qualquer “benesse” para esses cidadãos, mas a aplicação da Constituição Federal, tratados internacionais e a Lei de Execução Penal “a partir de entendimentos firmados e assegurados em decisões do Supremo Tribunal Federal na matéria”.

Ela ainda defendeu que “os expressivos números alcançados em apenas 30 dias de mutirão são testemunhos da imprescindibilidade da vigência dessa política judiciaria, de modo a torná-la permanente”.

Processos revirados

Foram revisados casos relacionados a:

  • Prisões preventivas com duração maior do que um ano; 

  • Gestantes, mães e mulheres responsáveis por crianças e pessoas com deficiência presas cautelarmente; 

  • Pessoas em cumprimento de pena em regime prisional mais gravoso do que o fixado na decisão condenatória;

  • Pessoas cumprindo pena em regime diverso do aberto, condenadas pela prática de tráfico privilegiado.

Mutirões carcerários

Os Mutirões Carcerários ocorreram no país entre 2008 e 2014, quando foram suspensos. Este ano, o projeto foi retomado com o objetivo de revisar situações inconstitucionais do sistema prisional brasileiro, “cuja modificação depende de medidas abrangentes de natureza normativa, administrativa e orçamentária”

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar