Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (31), o pesquisador Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo criticou o modelo de segurança pública implantado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Desde o início do ano, ativistas tem denunciado o surgimento de uma milícia na Cracolândia, que cobraria valores de comerciantes e moradores do local em troca de segurança privada contra os crimes que ocorrem na região.
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Na visão de Bruno Paes Manso, o movimento é similar ao que permitiu o crescimento deste tipo de organização criminosa ao redor do Rio de Janeiro. E que parece ter ecos em São Paulo.
"É um ciclo de conivência e de parceria com a guerra da polícia. E a partir daí, as polícias começam a apostar nas oportunidades, que é o caso da cracolândia. Você tem uma cena descontrolada, e aí as milícias percebem a oportunidade de vender segurança para os funcionários e os moradores. E essa foi a forma como a milícia se formou no Rio de Janeiro", explica o pesquisador ao Fórum Onze e Meia.
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"Caso o governo não reaja, eles vão percebendo que há espaço para eles ganharem dinheiro e ficarem ricos com essa situação", afirmou Bruno Paes Manso.
A conivência com a guerra da polícia foi reforçada nesta segunda-feira (31), quando Tarcísio validou a chacina policial no Guarujá que matou pelo menos 12 pessoas no litoral paulista.
"A polícia age quando percebe que tem autoridades que podem passar o pano para uma situação como essa. Quando você tem um governador e um secretário de segurança que tem um sinaliza para guerra, na base isso se reflete automaticamente", explica Paes Manso.
Confira a entrevista completa do jornalista e pesquisador ao Onze e Meia desta segunda-feira (31):