Ikaro Chaves é engenheiro elétrico, diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobrás (Aesel) e trabalha na Eletronorte em Brasília, uma holding da Eletrobrás. Na última sexta-feira (14) ele recebeu um comunicado de abertura de processo de demissão por justa causa. A motivação: lutou contra a privatização da empresa.
Ele também foi dirigente sindical e conselheiro eleito do Conselho de Administração da Eletronorte e agora terá cinco dias úteis para apresentar sua defesa do processo administrativo. Ikaro deverá se explicar a respeito das acusações de estar “difamando” a Eletrobrás nas entrevistas e declarações públicas em que defende a reestatização da empresa.
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“Eles não alegam nenhuma falha em relação às minhas atividades profissionais. Não acharam nada que pudesse ensejar uma punição. Estão forçando a barra. A verdade é que estou sendo acusado de crimes de opinião, por ter manifestado a minha contrariedade com a privatização, e de me manifestar claramente que a privatização foi um crime contra o país”, declarou.
Por ter uma atuação sindical, a lei protege a estabilidade do seu emprego até abril de 2024 e a única maneira de ser demitido seria por justa causa.
“A demissão por justa causa é uma forma de se vingar de mim e também, principalmente, para intimidar a categoria e os dirigentes sindicais. A gente sabe que, na verdade, há uma lista de dirigentes que a empresa pretende demitir de todas as formas. É disso que se trata. É uma tentativa de intimidação e vingança, já que a gente está denunciando todos os mal feitos desse pessoal que tomou a Eletrobras de assalto”, avalia.
Na próxima segunda-feira (17), a partir das 9 horas da manhã, haverá uma manifestação em solidariedade a Ikaro na porta da Eletronorte em Brasília.