ECONOMIA

Parlamentares lançam frente pela reestatização da Eletrobrás após Lula falar em crime de lesa pátria

Lula criticou mecanismo imposto pelo governo Bolsonaro, de que o governo deve pagar o triplo do valor caso queira comprar mais ações da empresa. Frente vai defender a volta do controle da União sobre setor elétrico

Frente pela reestatização da Eletrobras será coordenada por Alencar Santana.Créditos: Nilson Bastian /Câmara dos Deputados
Escrito en ECONOMIA el

Após Lula defender que a União retome o controle acionário da Eletrobrás, deputados e senadores, juntamente com o Coletivo Nacional dos Eletricitários - que congrega 34 sindicatos, 7 federações, 1 confederação e 4 associações do setor -, vão lançar nesta quarta-feira (22) às 17h a Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da empresa.

"O que foi feito na Eletrobrás foi um crime de lesa-pátria. Você privatizou uma empresa daquele porte, me parece que venderam por R$ 36 bilhões, e esse dinheiro é utilizado para pagar juros da dívida pública. Não parece que existem sinais que vai baixar o preço da energia para o povo brasileiro", disse Lula, que busca derrubar na justiça uma série de dispositivos criados pelo governo Jair Bolsonaro para evitar a reestatização da empresa.
 
O presidente ainda criticou mecanismo imposto pela equipe de Guedes, de que o governo deve pagar o triplo do valor caso queira comprar mais ações da empresa.

A estratégia desenhada pela Casa Civil e pela Advocacia-Geral da União (AGU) é de apresentar uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para modificar as regras criadas pelo governo Bolsonaro no estatuto da Eletrobrás.

A ação a ser apresentada na corte vai defender a tese de que o mecanismo que limita o poder de voto a 10% é inconstitucional, além de argumentar sobre as "poison pill", as pílulas de veneno, colocadas no estatuto para evitar a reestatização da empresa.

A Frente Parlamentar  será coordenada pelo deputado federal Alencar Santana (PT-SP) e vai contar com a presença de representantes do CNE,  movimentos populares, entidades sindicais e trabalhadores do sistema Eletrobrás.

O evento acontece no Auditório Freitas Nobre, localizado no subsolo do Anexo IV da Câmara.