AGRO

Boa Safra, gigante da soja, é denunciada por trabalho escravo

Trabalhadores relatam casos de assédio sexual e fome em líder do agronegócio

Gigante da soja na Bolsa de Valores está em meio de polêmica envolvendo questões trabalkhistasCréditos: Reprodução/Divulgação/Boa Safra
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Uma reportagem do The Intercept Brasil revelou que diversos trabalhadores da empresa Boa Safra Brasil denunciam situações de trabalho análogo à escravidão, assédio moral e sexual. 

A empresa, considerada a líder na comercialização de sementes de soja no Brasil, é uma das principais referências do agro dentro mercado da Bolsa de Valores.

Os trabalhadores não eram contratados diretamente pela Boa Safra, mas eram terceirizados por uma outra empresa, a Badia Agronegócios.

Segundo os relatos coletados pela reportagem do TIB, treze trabalhadores entraram na justiça com denúncias  por condições de trabalho extremamente graves, com limitação de acesso a banheiros, a alimentação e a condições de higiene decentes.

Um trabalhador chegou a denunciar um caso de assédio sexual, com um mestre de obras oferecendo R$ 10 em troca de sexo anal ao denunciante.

Em outro relato, um profissional afirma que ele e seus colegas ficavam dias sem receber marmitas ou refeição enquanto estavam trabalhando para a empresa com fome.

Os ex-funcionários pedem diferentes indenizações entre R$ 92 mil e R$ 352 mil, a depender do tempo ao qual foram submetidos às condições degradantes; Somados, os valores dos processos passam de R$ 2,9 milhões.

A decisão mais recente sobre o caso, da juíza Nayara dos Santos Souza, afirma que “diante do retratado nas aludidas fotografias, foi possível constatar que o local era adequado para alojar os empregados, dentre eles o reclamante”. 

A sentença reconhece que a Boa Safra era a responsável pelas questões trabalhistas, e afirma que ela será a responsável pelos vencimentos eventuais do processo.

A empresa alega que é inocente e que foi absolvida em duas instâncias e afirma que as denúncias dos trabalhadores não são baseadas em fatos.