EDUCAÇÃO

Pesquisa Sesi e Senai: 85% dos brasileiros acima dos 16 anos estão fora da escola

A principal motivação para não dar continuidade aos estudos, de acordo com os entrevistados, é a necessidade de trabalhar para manter a família

Escola no Rio de Janeiro.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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De acordo com pesquisa do Sesi e Senai realizada pelo Instituto FSB Pesquisa e divulgada nesta sexta-feira (26), cerca de 85% dos brasileiros acima de 16 anos estão fora da escola. Apenas 15% dos jovens nesta faixa afirmaram estar estudando atualmente.

O número de pessoas fora da escola varia de acordo com a região. No Sul, a fatia representa 89% da população acima de 16 anos. As demais regiões figuram na seguinte ordem: Sudeste (86%), Norte/Centro-Oeste (83%) e Nordeste (82%).

A parcela entre homens que afirma não estar matriculada em qualquer unidade de ensino representa 84%, enquanto entre as mulheres o grupo aglutina fatia de 86%.

O instituto entrevistou presencialmente mais de 2 mil brasileiros, com idades a partir de 16 anos. Pesquisadores ouviram pessoas em todas as 27 unidades da Federação, em dezembro de 2022.

Cenário preocupante

Para o diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi, o cenário é preocupante e que pode ter sofrido influência da pandemia de Covid-19. “As razões são um tanto quanto perceptíveis, fazem parte de um sentimento geral da sociedade”, pontua.

“[A pesquisa] traz para nós uma dura reflexão sobre a necessidade de melhorar a qualidade da educação, a atratividade da escola e, como um resultado geral, melhorar a produtividade das pessoas na sociedade”, complementa.

Sustentar a família

A principal motivação para não dar continuidade aos estudos, de acordo com os entrevistados, é a necessidade de trabalhar para manter a família, uma vez que 47% apresentaram a justificativa. Outros 12% dizem ter tomado a decisão por preferirem trabalhar para conquistar o próprio dinheiro ou autonomia.

A pesquisa aponta ainda que apenas 38% dos brasileiros interromperam os estudos por terem alcançado a escolaridade que desejavam. Outros 57% dizem ter tomado a decisão por falta de condições para estudar.