Um motorista de aplicativo se recusou a levar integrantes de uma família que estavam vestidas com roupas do candomblé. Câmeras de segurança registraram a cena que ocorreu na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.
Após analisarem as imagens, policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) tentam localizar o motorista.
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Taís Fraga denunciou que ela, duas filhas e a sogra foram impedidas de entrar no veículo, o que caracteriza preconceito religioso.
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“Quando ele viu que minha nora e as meninas estavam com a roupa e se aproximando do carro, não deixou. Olhou para as meninas de cima a baixo e não deixou. E eu achei que isso foi um preconceito grande”, declarou Vera Lúcia da Rocha, sogra de Taís que não estava usando as roupas religiosas e não tinha sido proibida de entrar no veículo.
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“Ele não precisou nem falar. O olhar dele já disse tudo. Ele olhou a gente e simplesmente falou que a gente não ia entrar no carro. Não precisava nem dizer mais nada. Quando ele vira para o lado e vê a gente com roupa de santo, ele fala que a gente não pode entrar no carro. ‘Vocês não vão entrar no meu carro. Não levo vocês’”, relatou Taís, em entrevista ao G1.
“Se eu tiver que pegar um Uber com a minha roupa, vou pegar. Se eu tiver que sair pra fazer alguma coisa, vou continuar saindo e seu eu tiver que reportar às autoridades, vou continuar reportando, como todo mundo deve fazer, pra gente tentar acabar com esse preconceito”, acrescentou Taís.
Investigação é transferida para delegacia especializada em crimes de intolerância
Ela registrou boletim de ocorrência (BO) na 59ª DP, em Duque de Caxias. Porém, o caso foi transferido para a delegacia especializada em crimes de intolerância.
No início de 2023, uma nova lei tornou mais rigorosas as punições para crimes de intolerância religiosa. Agora, as penas variam de 2 a 5 anos de prisão.
Uber divulga nota com posicionamento
"A Uber não tolera qualquer forma de discriminação. Em casos dessa natureza, a empresa encoraja a denúncia tanto pelo próprio aplicativo quanto às autoridades competentes e se coloca à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei. A conta do motorista parceiro já foi temporariamente desativada, enquanto aguardamos pelas apurações. A Uber busca oferecer opções de mobilidade eficientes e acessíveis a todos. A empresa reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o app".