TRAGÉDIA

Símbolo das mulheres: por que ataques acontecem em escolas?

Sindicalista catarinense afirma que “política sistemática de perseguição" aos professores ocorre em SC

Créditos: Reprodução/Facebook
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Em entrevista ao programa Fórum Café desta quinta-feira (6), a professora e sindicalista Elenira Vilela comentou os recentes ataques a escolas que ocorreram no país, em especial o ocorrido em Blumenau (SC).

Vilela é mestre em educação. Há menos de duas semanas, a professora havia dito à Fórum é que a probabilidade de novos ataques acontecerem era alta. Infelizmente, ela estava certa.

A professora atenta para duas características importantes sobre os ataques em escolas. "Por que se escolhe a escola como alvo? Por que ninguém faz massacres na lanchonete, ou no shopping?”, questionou Vilela.

“Esses ataques acontecem no ambiente escolar porque o ambiente escolar confronta o negacionismo, as mentiras. Você incentiva arte e filosofia. Porque é um ambiente feminino”, disse. “A maioria do magistério brasileiro são mulheres. É um ambiente onde a misoginia é pressionada e o negacionismo é pressionado”, explica.

Além disso, ela afirma que existe uma forte comunidade neonazista em Santa Catarina e relatou alguns casos de alunos em ambientes escolares assumidamente supremacistas. De fato, segundo estudos da pesquisadora Adriana Dias, SC é o segundo estado brasileiro com mais células de extrema-direita nazi, apenas atrás de São Paulo.

"Eu sabia que Santa Carina é um dos lugares mais sensíveis para este tipo de ataque acontecer", afirmou Vilela, que dá aulas no estado.

Ela também reiterou que um ambiente de violência - com detectores de metal, armas e medo - não vai ser a solução para o problema. “Se o afeto presente na escola for o do medo, essa situação vai piorar", disse.

Elenira também reforçou que uma política de ódio ao magistério tem sido conduzida através da institucionalidade catarinense. Em Santana Catarina, no judiciário, na Alesc e no governo do estado existe uma política sistemática de perseguição à profissão de professor”, completou.

Confira a entrevista completa de Elenira Vilela ao Fórum Café: