CRISE MINERAL

Maceió está afundando? Saiba mais sobre o assunto

Justiça Federal amplia áreas de risco, levando a desocupação forçada e criando bairros vazios na capital alagoana

Créditos: Foto: Braskem/Reprodução
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A cidade de Maceió, capital de Alagoas, enfrenta uma crise profunda que se desenrola há mais de cinco anos, culminando na desocupação forçada de áreas nesta semana. Mais de 60 mil pessoas já foram evacuadas devido ao risco iminente de colapso em minas de sal-gema exploradas pela Braskem. O drama ganhou um novo capítulo com a decisão da Justiça Federal, baseada em relatórios técnicos, que determinou a inclusão de novas áreas na zona de risco, resultando na criação de bairros fantasmas na cidade.

A ação judicial atendeu ao pedido do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Estado de Alagoas, que solicitaram a inclusão de mais áreas no programa de realocação da Braskem. Além disso, a Justiça estabeleceu a intensificação do monitoramento, dada a gravidade da situação.

Segundo a Defesa Civil de Maceió, a zona afetada já estava praticamente desocupada, e medidas preventivas foram adotadas, como a solicitação para que embarcações e a população evitem transitar na região até nova atualização do órgão. O risco iminente de colapso poderia resultar na formação de sinkholes, caracterizados pelo afundamento da superfície e a criação de crateras devido ao esvaziamento do subsolo.

Em resposta à crise, a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias e estabeleceu um Gabinete de Crise para acompanhar de perto a situação. O governo federal também demonstrou preocupação, com o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, orientando ministros a acompanharem a situação de perto.

O problema do afundamento na região das 35 minas de sal-gema da Braskem veio à tona em março de 2018, após um forte tremor atingir a área. Desde então, cerca de 55 mil pessoas já haviam sido evacuadas devido ao risco iminente de formação de crateras. A exploração das minas pela Braskem, que começou na década de 1970, está relacionada ao afundamento progressivo da região.

A situação levou a Prefeitura a decretar estado de emergência, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, entrou em contato com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, buscando apoio da Defesa Civil Nacional para lidar com as graves consequências da exploração das minas.

No âmbito do Senado Federal, o senador Renan Calheiros apresentou um requerimento para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Apesar do presidente do Senado ter lido o requerimento em outubro, a instalação formal da CPI ainda depende de acertos políticos entre os líderes partidários.

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