NO ESCURO

Apagão em São Paulo: MTST faz manifestação na sede da Enel

"É um alerta sobre resultados nefastos das privatizações dos serviços básicos no Estado de São Paulo", afirma a coordenadora nacional do movimento

"ENEL, a culpa é sua!" exibe o MTST pela responsabilização da empresa pelo apagão em São Paulo.Créditos: Divulgação/Comunicação MTST
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O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizaram manifestação em frente à sede da Enel, responsável pelo serviço de energia elétrica no estado de São Paulo. No bairro do Morumbi, na Zona Sul da capital Paulista, manifestantes exigiram a responsabilização da concessionária pelos prejuízos causados à população do estado.

Com a presença da deputada estadual Ediane Maria (PSOL), o protesto contou com uma faixa com os dizeres "SP no escuro. Enel, a culpa é sua!" e placas com as frases "Privatiza que piora!" e "Privatização = 2 milhões no apagão".

Ediane Maria (PSOL) compareceu à manifestação na sede da Enel [Imagem: Divulgação/Comunicação MTST]

De acordo com a coordenadora nacional do MTST, Débora Lima, o MTST recebeu denúncias de comunidades sem energia elétrica por mais de 50 horas. Na manhã desta terça-feira, mais de 315 mil imóveis permaneciam sem luz depois de 72 horas do temporal que causou o apagão

Inúmeras pessoas perderam o pouco que tinham para comer sem qualquer retorno da empresa pelos canais de comunicação. Exigimos a retomada imediata do serviço de energia, o ressarcimento e a responsabilização pelos danos causados.

Débora ainda declara que o ocorrido em São Paulo serve de alerta sobre os resultados das privatizações dos serviços básicos no Estado de São Paulo: "A Enel de hoje pode ser a Sabesp de amanhã", afirmou em referência ao projeto de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), uma prioridade do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em 2019, durante a gestão do ex-governador João Dória, a Enel substituiu a estatal Eletropaulo na distribuição de energia elétrica em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo. Desde então, demitiu 36% dos funcionários e aumentou em 7% o número de consumidores. 

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2019, a Enel SP possuía um colaborador para atender a cada 307 clientes, em média. Hoje, cada funcionário é incumbido de atender 511 consumidores, em média.

Também na manhã desta terça-feira (7), o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, negou a responsabilidade da empresa sobre o apagão generalizado na região metropolitana de São Paulo: "Não é para nos desculparmos, não. O vento foi absurdo". Segundo ele, o evento extraordinário teria derrubado árvores, o que dificultou a resposta imediata.