SEM ENERGIA

Flávio Dino: Enel, concessionária privada de energia em SP, será notificada por apagão

Segundo dados da Aneel, empresa italiana reduziu em cerca de 36% o número de funcionários para atender a população desde 2019. Mais de 500 mil imóveis, sendo 40 escolas, seguem sem energia há mais de 65 horas.

Funcionários da Aneel fazem reparo na rede elétrica após temporal em SP.Créditos: Enel
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O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou na manhã desta segunda-feira (6) que o governo federal, por meio da Secretaria de Nacional do Consumidor, comandada por Wadih Damous, vai notificar a Enel, concessionária privada de energia elétrica de São Paulo, para dar explicações sobre o apagão que começou após temporal na sexta-feira (3) e ainda atinge várias áreas do estado.

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"O Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, vai notificar a concessionária de energia elétrica em São Paulo para explicar a interrupção nos serviços essenciais. Outras iniciativas serão anunciadas pelo secretário Wadih Damous", afirmou Dino.

Pela rede X, a empresa segue afirmando que não há previsão de restabelecimento de energia a alguns dos consumidores que não conseguem contato por meio de outros canais de atendimento da concessionária.

"Os ventos de 100 km/h que atingiram São Paulo, provocaram quedas de árvores e com isso você ficou sem energia. Triplicamos o número de equipes, mas precisamos construir as redes de novo e é uma operação de alta complexidade que leva tempo. Por isso, ainda não temos previsão", respondeu a Enel por volta das 10h30 desta segunda.

Passadas mais de 65 horas dos temporais, cerca de 500 mil imóveis seguem sem fornecimento de energia na Grande São Paulo - 413 mil na capital. A fala de luz atinge ainda 40 escolas municipais, sendo que 12 delas estão com as portas fechadas.

Em entrevista ao Bom Dia SP, da TV Globo, o prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB) responsabilizou a Enel, mas não falou em qualquer punição à empresa.

"Estamos aqui com todo o esforço, ampliamos as equipes, estamos com a Defesa Civil, pessoal das subprefeituras para poder trazer a cidade de volta o quanto antes. Mas em muitas situações, a gente depende que a Enel faça o seu trabalho de desligamento para poder remover as árvores e reestabelecer a energia. Situação bastante difícil", reclamou Nunes, sem oferecer solução.

Em São Caetano do Sul, 18 escolas não abriram nesta segunda por conta da falta de luz. Já em Taboão da Serra, o problema atinge dez escolas.

Corte

Empresa privada italiana que opera a energia elétrica no estado de São Paulo, a Enel reduziu cerca de 36% dos seus funcionários desde 2019, somando terceirizados e contratados, apesar do aumento de mais de 7% no número de consumidores.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2019 a Enel SP possuía um colaborador para atender a cada 307 clientes em média. Atualmente, a equipe de funcionários tem a responsabilidade de atender a uma média de 511 consumidores por colaborador.

A empresa nega a piora do serviço e afirmou através de nota que "tem trabalhado em tempo recorde".

“Naquele ano (2019), em uma situação de fortes chuvas, a Enel São Paulo restabeleceu o fornecimento de energia para 650 mil clientes em até 24 horas. No último sábado (4), após a ventania de mais de 100km/h – a mais intensa registrada nos últimos anos com danos severos à rede de distribuição – 960 mil clientes tiveram o fornecimento de energia normalizado em 24 horas", afirma.

“Esse volume recorde de investimento está sendo destinado, principalmente, à digitalização e automação da rede elétrica, o que tem refletido na melhora dos indicadores de qualidade e na eficiência da companhia”, diz o texto da empresa.