O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a população brasileira está mais velha desde a última consulta. O número de pessoas com 65 anos ou mais aumentou enquanto houve diminuição da parcela da população de até 14 anos. Nos últimos 12 anos, quantidade de idosos cresceu em 54,7%.
Os resultados demográficos do Censo 2022 apontam 22,1 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, equivalente a 10,9% da população, enquanto o Censo 2010 registrou quase 14,1 milhões de idosos, faixa referente a 7,4%. Em 1980, o percentual era de 4,0%, segundo o IBGE.
Te podría interesar
Por outro lado, o número de crianças de até 14 anos regrediu: eram 45,9 milhões (24,1%) em 2010 e o contingente passou para 40,1 milhões (19,8%) em 2022, redução de 12,6%. Em 1980, quase 4 em cada 10 da população residente eram crianças, quase o dobro do censo do ano passado.
- População de 0 a 14 anos: 38,2% (1980), 34,7% (1991), 29,6% (2000), 24,1% (2010) e 19,8% (2022);
- População de 15 a 64 anos: 57,7% (1980), 60,4% (1991), 64,5% (2000), 68,5% (2010) e 69,3% (2022); e
- População de 65 anos ou mais: 4,0% (1980), 4,8% (1991), 5,9% (2000), 7,4% (2010) e 10,9% (2022).
A mudança na pirâmide etária
De acordo com a gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri, a pirâmide etária estreitou-se devido à redução da fecundidade e dos nascimentos que ocorrem no Brasil. "Essa mudança no formato da pirâmide etária passa a ser visível a partir dos anos 1990 e a pirâmide etária do Brasil perde, claramente, seu formato piramidal a partir de 2000. O que se observa ao longo dos anos, é redução da população jovem, com aumento da população em idade adulta e também do topo da pirâmide até 2022", esclarece.
Te podría interesar
Outra estatística que evidencia o envelhecimento da população é a idade mediana do brasileiro, que aumentou seis anos desde 2010, quando era de 29 anos, e chegou a 35 anos em 2022. A idade mediana é um indicador que divide a população entre os 50% mais jovens e os 50% mais velhos. A região Sudeste, por exemplo, passou de 31 anos para 37, a idade mais velha entre as regiões.
Quando olhamos para as unidades da federação, não só a queda da fecundidade irá alterar essa idade mediana, mas podemos ter um efeito também de migração, com o recebimento de pessoas de um determinado grupo etário em certos estados, principalmente dos jovens adultos, assim como naqueles estados de onde os migrantes saem. Esses fatores também impactam e ajudam a entender a idade mediana observada nas UFs [unidades da federação] e nos municípios.
O índice de envelhecimento também exibe como houve um nítido envelhecimento da população nos últimos 12 anos. Este indicador é calculado pela razão entre o grupo de idosos de 65 anos ou mais de idade em relação à população de 0 a 14 anos.
Em 2010, o índice era de 30,7, isto é, haviam 30,7 idosos a cada 100 crianças. O Censo 2022 revelou que a estatística atingiu 55,2, sinalizando mais de 50 pessoas acima dos 65 anos para cada 100 indivíduos de até 14 anos. Os municípios menos populosos – com até 5 mil habitantes – apresentaram um índice de 76,2.
"Uma possível explicação para esse fenômeno é o deslocamento de pessoas em idade economicamente ativa para as maiores cidades em busca de emprego, educação e serviços. Esse deslocamento de pessoas adultas com seus filhos é predominantemente de pessoas em idade reprodutiva, o que também resultará em um menor número de crianças e nascimentos nas cidades menores, de origem", explica Izabel Marri.