VIOLÊNCIA SEXUAL

O caso do pastor que dizia “incorporar anjos” para abusar de fiéis

Vanderlei de Oliveira se entregou à Polícia Civil de Goiás após denúncia de, por enquanto, nove vítimas

O pastor Vanderlei de Oliveira.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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Depois da denúncia de, por enquanto, nove vítimas, o pastor Vanderlei de Oliveira se entregou e foi preso pela Polícia Civil, em Anápolis, Goiás. Ele alegava “incorporar anjos” para abusar sexualmente de fiéis e estava sendo procurado.

De acordo com informações da polícia, entre as nove vítimas há mulheres e homens. Além de Oliveira, Maria de Lurdes dos Santos Oliveira, esposa do pastor, estava sendo procurada, acusada de ser cúmplice dos crimes cometidos pelo marido.

A polícia tomou conhecimento do fato depois da denúncia de uma das vítimas, que se dirigiu à delegacia no dia 2 de outubro. As investigações apontam que os crimes ocorriam, provavelmente, há mais de dez anos, pois uma das vítimas sofreu abuso sexual em 2013.

Uma das denunciantes relatou aos agentes que frequentava a igreja do pastor havia oito anos e foi abusada por ele, pela primeira vez, em 2022. Ela destacou que o acusado pedia fotos íntimas, dizendo que fazia parte de uma “campanha” para ter sucesso na vida e que anjos a ajudariam por meio dele. Ela acabou encaminhando o que ele pediu.

Em outra ocasião, ainda segundo a vítima, o pastor afirmou que “incorporou um anjo”, depois de um culto de libertação, e que ela seria “amaldiçoada” se contasse para alguém sobre os pedidos dele. Em seguida, Oliveira teria passado a mão nas partes íntimas dela

A mulher disse, também, que a esposa do pastor presenciou a violência e chegou a mandar que ela aceitasse os pedidos do marido, que incluíam, até mesmo, masturbação. Os crimes teriam ocorrido em um “quarto de oração” da igreja.

A vítima relatou, ainda, que, durante a “campanha”, passou por vários abusos no “quarto de orações” e que o pastor tirou a virgindade dela. A mulher contou que a esposa de Oliveira não fez nada para impedir.

Depois da “campanha”, o pastor continuou telefonando para a vítima e pedia, insistentemente, que a mulher se tocasse para ele assistir. No momento em que ela disse que não queria mais participar, o homem divulgou fotos íntimas dela para os demais integrantes da igreja.

"Campanha espiritual” para ajudar marido

A segunda denúncia partiu de uma vítima que frequentou a igreja por cinco anos. O pastor a chamou afirmando que precisava fazer uma “campanha espiritual”, pois o marido dela estava com um problema. Durante o episódio de abuso, Oliveira chegou a dizer que um “anjo” estava com ele.

A mulher garantiu que tentou empurrar o pastor. Porém, ele teria dito que ela tinha de continuar a “campanha” e a fez prometer que não revelaria nada a ninguém, porque as pessoas não entenderiam.