AMAZONAS

"Estamos sufocados": Fumaça torna Manaus o segundo pior lugar do mundo para respirar

Estado do Amazonas registrou mais de 500 focos de incêndios irregulares nos últimos dias; moradores pedem socorro

Fumaça em Manaus.Créditos: Reprodução/Vídeo/Twitter
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A cidade de Manaus, no Amazonas, amanheceu mais um dia encoberta por fumaça, nesta quarta-feira (11). Os níveis de qualidade do ar registrados tornaram a cidade a segunda pior do mundo para respirar, segundo World Air Quality Index, base de dados que monitora a qualidade do ar em nível global.

De acordo com o órgão, a cidade está no último nível de qualidade do ar, considerada “perigosa” por oferecer risco à saúde. Moradores já começam a usar máscara para sair às ruas.

Na rede social X (antigo Twitter), diversos moradores compartilharam relatos da situação. 

“Possivelmente hoje é o pior dia de fumaça cobrindo Manaus. Cheiro de queimado a noite toda. Estamos sufocados. Os incêndios já não são só no sul do Amazonas. Eles ocorrem em toda a área central do estado. Seca, calor acima do normal e fumaça. O que fazem as autoridades?", compartilhou uma internauta.

Outra moradora compartilhou um vídeo junto ao relato, onde é possível ver a cidade coberta pela fumaça.

“Passando muito mal desde 6:30. Dois minutos na varanda e o sabor na minha boca é só fumaça”. “Era pra ser o outro lado do rio e a ponte, mas não dá nem pra ver o que tem bem na nossa frente.”

 

“É insalubre o que vivemos. A gente dorme com fumaça e acorda sufocando”, diz outra manauara. 

Os relatos chegaram até o youtuber e empresário Whindersson Nunes, que compartilhou a preocupação nas redes sociais.

"Aos manauaras que me seguem, vocês estão bem? Vi algumas pessoas me pedindo ajuda sobre queimadas e uma fumaça que tomou a cidade, mas não vi notícias sobre", disse.

Queimadas

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas e Espaciais (Inep), o estado do Amazonas registrou, nos últimos dias, mais de 500 focos de incêndios irregulares, principalmente no município de Autazes, que representou 20% do total de queimadas. 

No final de setembro, um corredor de fumaça percorreu mais de 4 mil quilômetros da Amazônia ao Rio Grande do Sul. 

O aumento no número de queimadas e a seca histórica que atinge o Amazonas colaboram para o agravamento da situação, que preocupa os moradores.

Para combater a situação, o governo federal enviou, no começo, de outubro, 23 agentes do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), para Manaus. 

Seca no Amazonas

Outra situação preocupante no estado é a seca histórica que baixou o nível dos rios de forma que comunidades ribeirinhas e indígenas não conseguem se locomover de barco e vivem em estado de alerta caso precisem de mantimentos. A estiagem impede que barcos cheguem com água e alimento para as populações.

A seca também já matou cerca de 120 botos e tucuxis, além de ter causado o desabamento de 40 casas em uma comunidade próxima ao rio. 

A água dos rios chegou a registrar 40°C, o que também impossibilita a locomoção pelos igarapés.