O juiz substituto Marcos Scalercio, que é acuado de assédio sexual e estupro contra mulheres, deve retomar o seu trabalho nesta segunda-feira (5), segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Após as acusações virem à tona, ele havia saído de férias. O magistrado alega inocência.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud), o juiz Marcos Scarlercio foi transferido pelo TRT da 2ª Região do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda, para outro fórum trabalhista também na Zona Sul da cidade de São Paulo. O TRT não se pronunciou sobre a transferência do acusado.
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O juiz e docente Marcos Scalercio pediu licença do trabalho no tribunal após, ao menos, dez mulheres o acusarem de assédio sexual no curso Damásio Educacional, onde ele dava aulas, e dentro do seu gabinete no fórum trabalhista. Os relatos de assédios contra Scarlercio datam de 2014 a 2020.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, analisam três das acusações: de uma aluna do cursinho do Damásio, uma advogada e uma funcionária da Justiça do Trabalho. Os casos são apurados, respectivamente, nas esferas administrativa e criminal. Os dois procedimentos estão em sigilo e ainda não possuem conclusão.
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Segundo informações do G1, a previsão é que o assunto entre na pauta do CNJ nesta terça-feira (6), quando o órgão irá decidir se abrirá ou não um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o juiz.
O Damásio Educacional, onde Scalercio dera professor no cursinho preparatório para concursos públicos e para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o desligou da instituição em agosto. A instituição negou que tivesse conhecimento de relatos de assédio sexual que envolvesse o juiz e as alunas.
Após a repercussão do caso, o Me Too Brasil recebeu mais denúncias contra Scalercio e, até a última sexta-feira (2) já somavam mais de 96 relatos, sendo que seis deles são estupros.
O Ministério Público já tomou depoimento de algumas das vítimas do juiz e professor Marcos Scalercio.
Pelado se masturbando
As denúncias mostram uma série de atos de assédio sexual do magistrado relatados pelas vítimas. Além de tentar beijar as mulheres à força em seu gabinete, Scalercio trocava mensagens pedindo fotos das vítimas de calcinha e compartilhando vídeo em que aparece pelado, se masturbando.
As denúncias foram remetidas ao Projeto Justiceiras e a Ouvidoria das Mulheres do Ministério Público, em Brasília. A Ouvidoria acionou depois as autoridades responsáveis para que as denúncias fossem investigadas.
Por meio de advogado, Scalércio informou que não vai se pronunciar no momento.
Com informações do G1.