MACONHA

Whindersson: “No Brasil ideal, queria que eu e amigo negro fôssemos tratados de forma igual sobre maconha"

Influenciador digital comenta sobre a injustiça social e racial em relação à cannabis em episódio de podcast que vai ao ar em outubro

Episódio com Whindersson Nunes no podcast 'Erva Livre'.Créditos: Divulgação
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O influenciador digital Whindersson Nunes vai falar abertamente sobre sua experiência com a maconha em uma entrevista ao podcast "Erva Livre", apresentado por Henrique Santana. O episódio vai ao ar no YouTube no dia 1º de outubro, às 16h20.

No episódio, Whindersson disse que usa há 10 anos a planta e observa como ela é tratada em mais de 80 países que já visitou. Além de compartilhar sua experiência pessoal, o influenciador também abordou a questão da injustiça social e racial relacionada ao uso da maconha no Brasil. 

"Em um Brasil ideal, eu queria que eu e meu amigo negro fôssemos tratados de forma igual em relação à maconha", afirmou Whindersson em uma parte do episódio, colocando em evidência a desigualdade que perpassa a discussão sobre a legalização da cannabis.

O humorista, que é empresário no ramo da cannabis medicinal e do cânhamo, ainda destacou a importância dessas iniciativas para a sustentabilidade do país.

Em entrevista à Fórum em julho deste ano, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) descriminalizou o porte de pequenas quantidades de maconha para uso pessoal, o presidente do Observatório Internacional da Juventude (OIJ), Daniel Calarco, disse que a droga está totalmente ligada a uma questão racial de encarceramento de jovens negros no Brasil.

A descriminalização da quantidade “é uma vitória significativa na luta contra a criminalização da juventude negra no Brasil, promovendo uma abordagem mais justa e humana na política de drogas”, destacou à Fórum. “A criminalização do porte de maconha tem historicamente contribuído para a superlotação das prisões brasileiras, onde jovens negros frequentemente enfrentam condições desumanas e são expostos a ambientes que podem intensificar sua marginalização e envolvimento no crime organizado”.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados este ano, jovens negros são mais alvos de prisões por tráfico de drogas em caso flagrantes feitos a partir de rondas policiais.

“Maioria dos presos e processados por tráfico é de negros, jovens e pobres. Além disso, ter antecedentes criminais por porte de drogas pode prejudicar irreversivelmente as oportunidades futuras desses jovens, dificultando seu acesso ao mercado de trabalho e perpetuando ciclos de pobreza e exclusão social"

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