Algo que chama a minha atenção nesta experiência na China são os contrastes com os quais me deparo em Beijing. O antigo com o moderno, a tradição milenar e a tecnologia, homens engravatados e mulheres de tailleur lado a lado com jovens com roupas descoladas e coloridas nos ambientes corporativos…
Para reforçar essa minha observação, nesta quarta-feira (24) - dia que meu filho caçula, Pedro, completa 17 anos - vou visitar um local inusitado: o Big Air Shougang, um estádio esportivo no distrito de Shijingshan aqui na capital chinesa construído para sediar os grandes eventos aéreos dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. É a primeira grande arena permanente do mundo.
O local é um dos mais marcantes dos Jogos realizados no início deste ano. Fica em uma área industrial sem neve, próxima a torres de resfriamento e longe das montanhas. O imponente salto de esqui para grandes eventos aéreos é justaposto por quatro grandes torres de resfriamento de concreto de uma antiga siderúrgica que remete aos contornos de uma usina nuclear.
A siderúrgica do Grupo Shougang que funcionou durante um século no local tem outra conexão com as Olimpíadas: foi fechada antes dos Jogos Olímpicos de 2008, porque era uma fonte de poluição do ar que antes sufocou a cidade. Agora, faz parte de um projeto de redesenvolvimento urbano.
A instalação foi um dos dois espaços de competição construídos em Beijing para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 e o único local de esportes de neve da cidade. Quatro eventos de medalhas foram disputados lá: esqui estilo livre para homens e mulheres e snowboard para homens e mulheres.
O desenho das curvas do Big Air Shougang incorporou os elementos das Apsaras Voadoras, formas que remetem a um ser espiritual na cultura hindu e budista com a imagem de uma bela mulher. Diz-se que os artesãos chineses pintaram pela primeira vez as apsaras durante o período dos Dezesseis Reinos (304-439) em murais nas Grutas de Mogao, situadas nos arredores da cidade de Dunhuang, na província de Gansu, no sudeste da China, que é o maior acervo de arte budista do mundo.
Além de conhecer esse local inusitado, meu grupo vai participar da cerimônia de lançamento da segunda edição do concurso de vídeos curtos "Beijing · Uma Cidade Global". A competição de audiovisual celebra as belezas da metrópole cosmopolita com uma história de mais de três mil anos como cidade, mais de 800 anos como capital do país e que conta com um rico patrimônio histórico e cultural e, ao mesmo tempo, é inclusiva, dinâmica, única e charmosa.
O concurso incentiva cidadãos locais, empresas e estrangeiros que amam Beijing a oferecer novas perspectivas e olhares e a criar conteúdo animado para contar as histórias reais do desenvolvimento da capital, intercâmbios internacionais, ambiente cultural internacionalizado e tudo o mais que esse local encantador pode oferecer.
Confira o vídeo da primeira edição do concurso, realizado em 2017:
Até amanhã!