Tite: quando desistir é um ato de coragem e um exemplo

Tite anunciou que resolveu dar uma pausa por tempo indeterminado em sua carreira. Ao fazer isso, abandonou as negociações para assumir o Corinthians. Gilmar Veloz, seu representante já estava autorizado a negociar.

O anúncio veio através da rede social de Matheus Bachi, seu filho, que o acompanharia no projeto. Tite preferiu cuidar da saúde mental. O Corinthians estava preparado para anunciar o acerto ainda hoje.

Leia o comunicado de Tite:

"Entendi que existem momentos em que é preciso compreender que, como ser humano, posso ser vulnerável e admitir isso certamente irá me tornar mais forte. Sou um apaixonado pelo que faço e assim seguirei sendo, mas conversando com minha família e observando os sinais que meu corpo estava emitindo, decidi que o melhor a fazer agora é interromper minha carreira para cuidar de mim pelo tempo que for preciso.

Como se tornou público, havia uma conversa em andamento com o Corinthians, mas ela precisará ser paralisada por uma decisão difícil, mas necessária. Um abraço a todos"

É fácil imaginar que Tite vinha passando por grande pressão psicológica há tempos. Sob seu comando, a seleção brasileira foi eliminada pela Croácia nas quartas de final da Copa do Catar. Sofreu um gol nos minutos finais da prorrogação e perdeu na decisão por pênaltis.

Resolveu parar por um tempo, esperando um convite para trabalhar na Europa. Convite não veio, mas foi procurado pelo Corinthians. Recusou, mas aceitou o Flamengo, de onde foi demitido após fazer uma campanha ruim na Libertadores.

Se aceitasse o Corinthians agora, sofreria rejeição de parte da torcida por causa de sua recusa anterior. 

Atletas e treinadores de alto nível estão sujeitos à alta pressão psicológica. O caso mais famoso é o da ginasta Simone Biles, multicampeã, que abandonou a Olimpíada de Tóquio.

A parada de Tite é um ato de coragem e um aviso a todos atletas e à população em geral.

O Corinthians volta a procurar um treinador. Dorival Jr é um nome bem cotado.