"Nosso amor que eu não esqueço
E que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete
Sem luar, sem violão"
Os versos de Noel Rosa, o gênio que morreu aos 26 anos, podem sintetizar a demissão de Tite do Flamengo. A união entre o maior elenco do Brasil com o melhor técnico brasileiro nunca empolgou. Nem com a presença extra de Titinho, o filho sem currículo que o pai emprega. Morre sem deixar saudades na torcida.
Os números chamam atenção. Tite dirigiu o Flamengo por 70 jogos, com 42 vitórias, 12 empates e 16 derrotas. Aproveitamento de 65,7%, muito bom. Números de campeão. E ele é demitido após uma derrota.
Então, o que pega não são os números. È o futebol insosso praticado. O esquema imutável, com dois pontas espetados e apenas um meia, é o tal equilíbrio buscado incessantemente, em troca de um futebol mais ousado, mais criativo.
Foi assim na seleção, também com bons números, mas com pouca alegria. Basta lembrar que às vésperas da última Copa, Tite tinha dúvida entre Vinícius Jr e .....Fred. sim, ele levou Fred a duas Copas. Em uma delas, contundido.
A eliminação para o Penarol na Libertadores, com direito a derrota no Maracanã foi a gota d'água
Tite cai às vésperas de enfrentar o Corinthians pela Copa do Brasil, no Maracanã. Fica livre da constrangedora situação de ser vaiado pelas duas torcidas: a do Corinthians, que se considera traída por ele preferir o Flamengo, e a do Flamengo, que se considera lesada por receber um futebol insípido, insosso e inodoro.
Tite caiu de patamar. É uma unanimidade negativa.