Com uma linda camisa - o tradicional vermelho manchado de lama, uma referência à tragédia humanitária e desumana - há resquícios de humanidade em Sebastião Melo? - o Inter entrou em campo em Barueri para enfrentar o Belgrano de Córdoba. Perdeu por 2 x 1 de virada e se complicou na Sul-americana. Tem cinco pontos e dois jogos a fazer, contra Real Tomayapo, na Bolívia, e Delfin e Delfin no estádio do Juventude. O Defin tem oito pontos. O Inter precisa de duas vitórias para garantir a vaga. Se vencer o Tomayapo e empatar com o Delfin, se igualará aos equatorianos, que, no momento, têm saldo de dois gols. O Inter tem zero.
A derrota veio com dois erros individuais grosseiros. O primeiro, de René, surpreende pelo tamanho de "renezice", um passe para trás que habilitou o ataque adversário. E o outro, por ser do sempre - quase? - sempre seguro goleiro Rochet.
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De Barueri, o Inter vai a Cuiabá, no sábado. Depois, voa a Tarija dia 4 para enfrentar o Tomayapo e no dia 8 recebe o Delfin, em Caxias. No dia 13, recebe o São Paulo em Criciúma. E há os dois jogos contra o Juventude pela Copa do Brasil que ainda não foram remarcados. A desgraça o tornou um time itinerante.
Um time itinerante e sem apoio da CBF, como o Grêmio, eterno rival. Sem estádio, foram agraciados com o adiamento de duas rodadas do Brasileiro e outras duas da Sul-americana. Se a CBF e a Conmebol nada mais poderiam fazer em termos de calendário, alguma medida financeira poderia haver se concretizado. Uma doação em dinheiro. No valor da renda arrecadada, por exemplo. Prêmio duplo por vitória. Pagamento dos deslocamentos. Isenção de taxas. Que os ingressos do Brasileiro sofressem o acréscimo de um quilo de alimentos não perecíveis - para o Rio Grade do Sul e não para os clubes, claro - havia tanta coisa a ser feita. E nada foi feito. Os clubes gaúchos foram abandonados por quem deveria cuidar deles.
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Resta ao Inter leiloar suas camisas enlameadas. Lembranças de um dia triste pela derrota. Um dia a mais em uma época triste pela tragédia anunciada e ignorada pela dupla Eduardo Leite e Sebastião Melo.