O argentino Luis Zubeldia, de 43 anos, estreou como treinador do São Paulo em 25 de abril com uma vitória por 2 x 0 sobre o Barcelona, em Guayaquil. Desde então, foram mais cinco jogos, com quatro vitórias - uma pela Libertadores, contra o Cobresal, no Chile, uma pela Copa do Brasil, contra o Águia em Belém e duas no Brasileiro, contra o Vitória e o Fluminense. E um empate contra o Palmeiras. Um aproveitamento espetacular de 88,9 por cento.
A grande mudança em relação ao péssimo momento que o time vivia, eliminado pelo Novorizontino no Paulista e com duas derrotas no Brasileiro, contra Fortaleza e Flamengo, não veio acompanhada de grande mudança tática. Não há genialidade em Zubeldia. O sucesso veio com atitudes simples, desde a mudança de posicionamento de alguns jogadores até o aproveitamento de jogadores que estavam abandonados no clube.
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1) Luciano - Com Zubeldia, ele deixou de ser um meia que segurava muito a bola para jogar mais perto da área, como um parceiro de Calleri. Marcou contra o Cobresal e duas vezes contra o Vitória. Contra o Fluminense, teve um anulado.
2) James Rodriguez - Foi o treinador mais sincero em relação ao colombiano. Disse que há outros em melhores condições. O São Paulo é fechado para os jornalistas, então é difícil saber se James treina bem, se está contundido, se está interessado. A decisão de Zubeldia pode estar errada - o São Paulo precisa de um jogador talentoso - mas, pelo menos foi uma decisão corajosa.
3) Patryck, Juan e Rodriguinho - O calendário brasileiro é terrível. Em abril, começa o Brasileiro e a Copa do Brasil. E ainda há a Libertadores. Um time como o São Paulo que não tem um elenco de famosos como o Palmeiras, Galo e Flamengo, precisa de um grupo homogêneo, sempre pronto a atuar. E ele recuperou o lateral Patryck e o meia Rodriguinho, que não tinham chance com os antigos treinadores. Não serão titulares, mas podem ser úteis. Patryck substituiu Wellington, que estava contundido. Juan fez dois gols contra o Águia de Marabá e deu o passe para o gol de Bobadilla contra o Flu. Precisa aprender a definir com mais eficiência, mas, enfim, é um jogador a mais para se contar.
4) Bobadilla - Com a contusão de Pablo Maia, o normal seria a entrada do experiente Luiz Gustavo ao lado de Alisson, mas Zubeldia preferiu a composição com dois volantes de mobilidade. Algo que Ceni tentou com Igor Gomes e Rodrigo Nestor e não deu certo. Bobadilla fez um gol contra o Fluminense, o gol de empate. Depois, saiu e entrou Galoppo, outra novidade de Zubeldia. Ele ajuda a marcar, mas, como Bobadilla, também chega na área. Talvez Luiz Gustavo entre em jogos mais duros.
5) Alan Franco - Quando Carpini saiu, Milton Cruz dirigiu o time contra o Goianiense e tirou Alan Franco do ostracismos para o time titular. Zubeldia manteve o compatriota, que tem jogado muito bem, com linha de três ou de quatro.
6) Time compacto - Zubeldia já escalou o time no 3-5-2, 4-4-2, 4-2-3-1 e 4-3-3. No papel. No campo, o que se vê, é, seja qual for o esquema inicial, um time compacto, com força no meio, jogadas pelo meio, sem abrir mão do jogo pelas pontas. Não há mais um latifúndio a ser explorado pelos adversários.
7) Time brigador - O São Paulo não tem um grande meia, o que começa a ser resolvido com Rodrigo Nestor. Seu grande jogador, que não é meia, Lucas, está contundido. Sendo assim, é preciso suar muito, correr atrás. E o time tem reagido bem. Ganhou tr~es jogos fora de casa, o que era um tabu com Dorival Jr. E conseguiu viradas contra Cobresal, Fluminense e Águia. Contra o Vitória, cedeu o empate e três minutos depois, estava e vantagem novamente.