Luiz Zubeldia é jovem, 43 anos, como Caprini, 39.
Está no melhor momento de sua carreira, como Carpini estava.
Já tem torcedor o chamando de Carpini Argentino.
As semelhanças param por aí. Ele tem 16 anos de profissão contra quatro do brasileiro. E seu melhor momento é respaldado pelo título equatoriano e da Sul-americana, mais importantes que os vices de Carpini com Água Santa e Juventude.
Quanto ao estilo de jogo, espero para ver, torcendo para que, como Carpini, não tenha fobia de jogadores técnicos pelo meio. Que não se limite a jogar apenas pelos lados do campo. Uma primeira informação é que ele gosta de jogar com três volantes, com um deles tendo bastante liberdade para apoiar e chegar à área rival. Carpini pensou em fazer isso com Bobadilla, Maia e Alisson, mas desistiu porque naquele momento não tinha lateral direito. Colocou Bobadilla ali e não deu certo.
Outra informação pode ser tirada da análise do jornalista Juan Otharan, do Diario Olé, da Argentina, após o título da Sul-americana: "Ele comandou uma LDU muito sólida no fundo e muito perigosa pelos lados. E Zubeldia falou após a conquista. "Cedo ou tarde o título iria chega. O importante é não desanimar e nunca se achar melhor ou pior do que é. É preciso continuar crescendo como treinador".
Zubeldia chega sem conhecer o Campeonato Brasileiro e sem conhecer a fundo o elenco do São Paulo, algo que estaria resolvido se ele tivesse chegado em janeiro, quando houve a primeira conversa.
Então, ele irritou Muricy. Pediu para saber a oferta do São Paulo antes da primeira entrevista. E pediu dois dias de prazo para que o papo acontecesse. Foi o suficiente para irritar Muricy, que viu pouca vontade do treinador em assumir, um tipo de desprezo ao clube. Então, as conversas se voltaram para Carpini, que aceitou imediatamente vir para o São Paulo.
O presidente Julio Casares, então, disse o que todos sabem que não é verdade: que Carpini era a primeira opção, algo desmentido por Muricy e sua bronca.
Bem, Carpini veio e não deu certo. Zubeldia poderia estar no Morumbi desde janeiro.
Uma aposta que, se não desse certo, já estaria corrigida. Agora, não. A diretoria não demitiu Carpini ao final do Paulista. Deu mais um tempo para ele, 19 dias de treinamento, após o que nada de novo foi apresentado.
E Zubeldia está aí. Estreia contra o Barcelona fora de casa, tentando manter o segundo lugar no grupo da Libertadores ou até ficar em primeiro. E dias depois enfrenta o Palmeiras no Morumbi. Na melhor hipótese possível, o time terá uma vitória e duas derrotas.
A torcida pode esperar grandes emoções para um ano que está comprometido já em abril.