O nome pomposo é protocolo de intenções, mas pode chamar pelo que realmente é: uma prova de amor. Da Gaviões ao Corinthians. Muito maior do que qualquer cartilha autoritária.
A maior organizada do clube acertou com a Caixa Econômica Federal uma estratégia para saldar a dívida de R$ 710 milhões devida pela construção do estádio. É aproximadamente um terço do valor total da dívida do clube.
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A estratégia é simples. Será criada uma conta na Caixa e uma chave Pix. O dinheiro depositado vai diretamente para a instituição bancária, sem passar por nenhum membro da Gaviões.
Hipoteticamente falando, cada torcedor precisaria depositar R$ 24 reais para saldar a dívida.
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A atitude de se unir para ajudar ou salvar o clube não é inédita. A torcida do San Lorenzo, por exemplo, luta para recuperar o Gasômetro, seu histórico estádio. A história conta com o dedo sujo da Ditadura argentina.
Em 1977, o Sam Lorenzo abriu seu estádio com capacidade para 70 mil pessoas para uma reunião da associação Mães de Maio, que busca reencontrar filhos de militantes mortos pelos mutantes.
Eles receberam o gesto como uma provocação e pressionaram o clube, que estava mal das pernas, a vender o estádio. A promessa era de construir novo estádio único para San Lorenzo, Huracán e Vélez. O estádio foi vendido em 1979 e vendido si Carrefour.
A torcida nunca aceitou a venda. Canta sempre que quer voltar ao seu primeiro estádio. Em 2014, o Carrefour e o San Lorenzo assinaram um compromisso para a "recompra" do estádio.
Em 2019, o clube lançou um projeto de compra simbólica de metros quadrados do estádio, a 450 dólares cada. E o estádio, de 27 mil metros quadrados, voltou ao clube, que agora tenta comprar mais 8 mil metros quadrados do Carrefour, para a construção de um novo estádio para 55 mil pessoas.