No centro de uma polêmica envolvendo luxo, crimes e reviravoltas judiciais, Elvis Riola de Andrade, conhecido como Cantor, ex-diretor da Gaviões da Fiel, foi preso na Bolívia após levar uma vida de ostentação enquanto estava foragido. O Ministério Público de São Paulo e o governo boliviano revelaram detalhes chocantes sobre o período em que Cantor viveu fora do alcance das autoridades brasileiras.
Segundo um relatório do Centro Regional de Inteligência Antinarcóticos (CERIAN) boliviano, Cantor desfrutava de uma vida de luxo em Santa Cruz de La Sierra, acompanhado de sua esposa e cinco filhos.
O ex-diretor da Gaviões, apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e condenado por homicídio no Brasil, possuía diversos estabelecimentos, incluindo o "Bar Diamante", "Churrascaria Zé", "Diamante Lanchonete", "Filin Resto Bar" e "Lanchonete Bocaditos". Além disso, residia em um apartamento no 13º andar de um prédio de alto padrão, contava com veículos importados das marcas BMW, Toyota e Hyundai, e até mesmo um motorista particular.
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A prisão de Cantor ocorreu em Santa Cruz de La Sierra no último dia 11, e ele foi entregue às autoridades brasileiras. Contudo, para surpresa de muitos, acabou sendo solto no dia seguinte, pois não havia nenhum mandado de prisão válido contra ele naquele momento.
O ex-diretor da Gaviões da Fiel foi condenado em 2009 por envolvimento no assassinato de Denílson Dantas Jerônimo, agente do Centro de Reabilitação Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo. A execução do agente teria sido encomendada pelo PCC. Após 11 anos e oito meses de prisão, Cantor foi solto em agosto de 2021, mas sua liberdade foi revogada posteriormente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que aumentou sua pena em mais um ano.
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou a decisão do Tribunal de Justiça em dezembro de 2023 e expediu um contramandado de prisão em favor de Cantor. No entanto, a defesa do ex-diretor sustenta que ele está em liberdade há dois anos, não tem pendências judiciais, não é membro de nenhum grupo criminoso, não está envolvido com tráfico de drogas e retomou sua vida de maneira lícita.
O Ministério Público de São Paulo, inconformado com a situação, apresentou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a suspensão da liminar que cassou a ordem de prisão preventiva contra Cantor. O caso promete ser um ponto de discussão acalorado sobre a eficácia e a coerência do sistema judiciário brasileiro, e a decisão do STF será aguardada com grande expectativa.