Quando Anderson Daronco apitou o final do jogo, aos 51 do segundo tempo, Jonathan Calleri, exausto, caiu. Era o retrato de um time que foi estoico no Maracanã, competindo muito e sendo dono do jogo, tecnica e taticamente falando. Sua queda ao chão foi ao som de gritos e músicas de três mil torcedores são-paulinos presentes ao Maracanã. Os outros 64 mil rubro-negros estavam calados, vaiando o time ou já deixando o estádio.
O jogo começou a ser definido antes do início, com as decisões tomadas por Dorival Junior e Sampaoli. O treinador do São Paulo abriu mão do trio Lucas, Luciano e Calleri. E o argentino apostou no trio Gabigol, Pedro e Bruno Henrique. O São Paulo tinha mais gente no meio do campo e o controle do jogo. FIcou com a bola - 69% a 31% - e foi tomando conta do jogo. O gol demorou a sair. Foi aos 47 minutos, com uma cabeçada de Calleri,da direita para a esquerda, após cruzamento de Rodrigo Nestor.
Nestor, o melhor do primeiro tempo, já havia feito bons cruzamentos, não aproveitados. Foi difícil tirar a bola dele, como às vezes acontece. Enquanto isso, Bruno Henrique ficava parado na ponta esquerda. Antes do jogo, a aposta era se Rafina conseguiria tomar conta dele. Conseguiu e com sobras. Parado ali, Bruno Henrique, ficava esperando um passe, uma inversão de jogo que não se viu.
Sampaoli tentou mudar o desenho do jogo com a entrada de Everton Ribeiro em lugar de Vitor Hugo. E deu resultado, em termos de volume de jogo. Mas não houve chances concretas, principalmente porque apareceram Beraldo e Arboleda - principalmente o primeiro - e Rafinha. Foram muito seguros. Por baixo e pelo alto. Calleri foi o outro destaque do São Paulo. Uma partida estoica, brigando no ataque e ajudando a defesa. Com o São Paulo fechado na defesa, ele era o porto seguro.
Com 13 minutos, Alisson, contundido, deu lugar a Gabriel Neves. O uruguaio não entrou bem e deu um passe errado para Cebolinha, que não aproveitou. Dorival colocou ainda Michel Araújo em lugar de Nestor e Luciano no de Lucas. Ganhou força no meio. E depois, Wellinton por Caio Paulista e Juan por Rato. Os dois lados do campo ficaram fechados com as duplas Rafinha e Juan e Wellington e Michel Araújo.
E o Flamengo passou a ter a posse de bola. Terminou com 52%. Mesmo assim, chances não foram criadas. E as vaias vieram, inconvenientes, mas justas.