No Brasil, eu torço para o São Paulo. Na França, na Inglaterra, seja onde for, também. Mas tenho simpatia por alguns outros times. Simpatia apenas, de muitos não sei declinar o nome de um ou dois jogadores. Mas sou Independiente na Argentina - todo vermelho - sou Peñarol no Uruguai, pelo vermelho e preto e pelo som do nome, sou Vasco no Rio, por causa do Paulinho da Viola....
São motivos aleatórios, como por exemplo, a lindíssima cor azul do Clube do Remo, as cores do Ferroviário e do Santa Cruz, o lindo uniforme do América de MInas e por aí vai.
No Chile escolhi ser Palestino. Novamente pelas cores - é quadricolor -, por ser cercado de gigantes como Colo Colo, Universidad Catolica e Universidad do Chile, mas, claro, por ser uma espécie de representante da Palestina, pátria condenada a não existir, fora da Palestina. Um país condenado ao extermínio pelo opressor, o Estado de Israel.
Não é possível nunca vacilar entre o opressor e o oprimido. Sempre é preciso ter um lado. E meu lado foi definido de há muito. O ataque do Hamas é justificado por anos de opressão, pela invasão de terra, pelos colonos em campos que não são seus, pela invasão de mesquitas, pelo cimento jogado em poços artesianos.
O Hamas é violento mas só existe pela violência de Netanyahu. Ele nunca aceitou o protocolo de paz assinado entre Arafat e Rabin, nos anos 90. Havia ali um caminho para a paz, com o lado palestino sendo representado pela Autoridade Palestina. Netanyahu e o Hamas não aceitaram. Foram extremistas e agora, a possibilidade de dois Estados convivendo em harmonia - mesmo que fosse harmonia armada - é ficção.
A guerra é entre os que nunca quisera a Paz.
Mesmo assim, eu tenho lado.
Sempre terei.