Há exatamente um mês, a bola viajou e chegou a Rossi, que rebateu para fora da área. E lá, ela se encontrou com o pé esquerdo de Rodrigo Nestor. Uma bomba decretou o empate no final do primeiro tempo contra o Flamengo. O 1 x 1 foi mantido e trouxe com ele o título da Copa do Brasil para o São Paulo. O primeiro da história. E o título, além de R$ 70 milhões, trouxe uma vaga para a Libertadores do ano que vem e a tranquilidade para a programação da próxima temporada.
Uma tranquilidade que não é abalada nem pelo fato de a distância para o Z-4 ser de apenas oito pontos. Como ainda faltam dez rodadas para o final, é uma vantagem perfeitamente administrável, ainda mais quando se lembra que haverá cinco jogos no Morumbi, onde o São Paulo brilha com aproveitamento de 73 por cento.
Te podría interesar
O elenco será reforçado para o próximo ano. A principal "contratação" é a manutenção de Lucas. Ele chegou para ficar apenas seis meses, antes de ir para a Major League Soccer, mas o ótimo salário que recebe e a possibilidade de disputar a LIbertadores pelo clube de coração vão pesar e é bem provável que continue. Outra contratação é James Rodriguez. Depois de um início complicado, com a perda de dois pênaltis - um deles causou a eliminação contra a LDU - o colombiano melhorou. Jogou bem contra o Coritiba e doutrinou contra o Grêmio. Será titular e o time será melhor com ele.
Houve também a renovação dos contratos de Alisson, que se tornou jogador muito importante nos últimos meses, quando deixou de ser um ponta improdutivo para se transformar em um volante todoterreno, e de Beraldo, a revelação do ano, que tem e terá propostas da Europa. Se sair, será por mais dinheiro, com a multa renovada. Erick, do Ceará, já foi contratado. É uma opção de ponta que busca o drible, uma opção que o São Paulo não tem.
Te podría interesar
São movimentos que dificilmente aconteceriam se o São Paulo não fosse campeão. Todo o foco estaria na luta contra o rebaixamento, como Corinthians e Santos. Juntos, tiveram oito treinadores no ano - Fernando Lázaro, Cuca, Luxemburgo, Mano Menezes, Marcelo Fernandes, Diego Aguirre, Paulo Turra e Odair Hellmann - cumprindo, assim, à risca, um dos itens da cartilha que mostra o caminho suave para a Série B. Os dois grandes ainda terão eleições este ano, o Corinthians em 25 de novembro e o Santos em 9 de dezembro. Mais motivo para turbulência.
E turbulência não tem medo de pista. Ela pousa em todo lugar. Até no Palmeiras, que chegou a quatro semifinais seguidas de Libertadores, vencendo duas delas. A Mancha Verde e grande parte dos torcedores comuns não aguenta mais Leila Pereira, misto de presidente e patrocinadora.
Ela não contratou substitutos para Scarpa e Danilo, dois destaques do time. E Abel Ferreira se viu obrigado a lançar garotos de forma talvez prematura. E cometeu o erro de não colocar Endrick como titular, optando até por Maike, um lateral. E o time teve quatro derrotas seguidas no Brasileiro, além de dois empates contra o Boca, que causaram a eliminação na Libertadores. Na última rodada, vencer o Coritiba fora de casa, o que pode ser o início de uma recuperação.
Amanhã, 25 de outubro, o Palmeiras receberá o São Paulo. E, após uns bons anos, a vitória servirá de alívio para o Palmeiras e não para o São Paulo. O Tricolor, se perder, pode dar de ombros e dizer que seu ano já acabou, que é campeão e que está na Libertadores.
Uma ilha de tranquilidade