Em viagem ao Vaticano ao lado da esposa, Lu Alckmin, para representar o presidente Lula na cerimônia de posse do papa Leão XIV, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) levou como presente ao pontífice a camisa do Santos, de Pelé.
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O presente foi entregue ao arcebispo Paul Richard Gallagher, que cuida das relações internacionais da Santa Sé.
"Por seu intermédio, entreguei uma camisa do Santos de presente à Sua Santidade. Afinal, o peixe é um símbolo cristão e um símbolo campeão", disse Alckmin, que é torcedor do clube da Baixada Santista.
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O peixe é um dos símbolos mais antigos e importantes do cristianismo, representando Jesus Cristo. A palavra "peixe" em grego, "Ichthys", é um acrônimo para "Iesous Christos, Theou Yios Soter", que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador".
Durante as perseguições aos cristãos no Império Romano, o peixe era utilizado como um sinal discreto para que os cristãos se reconhecessem entre si, evitando perseguições.
Guerra e paz
Neste domingo (18), ao saudar os fiéis na praça São Pedro, no Vaticano, o Papa Leão XIV falou sobre os riscos da conflagração da terceira Guerra Mundial, citando guerras da atualidade, e fez um apelo "aos poderosos do mundo": "nunca mais a guerra!”. Em seguida, Robert Prevost presidiu a missa que, oficialmente, deu início ao seu pontificado.
“A imensa tragédia da Segunda Guerra Mundial terminou há 80 anos, em 8 de maio, depois de causar 60 milhões de vítimas. No atual cenário dramático de uma terceira guerra mundial em pedaços, como tantas vezes afirmou o Papa Francisco, também eu me dirijo aos poderosos do mundo, repetindo o apelo sempre atual: 'Nunca mais a guerra!'”, disse aos fiéis, lembrando o antecessor, o argentino Mario Jorge Bergoglio, o Papa Francisco.
Na mensagem, o papa falou dos três conflitos mais evidentes no mundo atual: as guerras entre Rússia e Ucrânia, Paquistão e Índia e o genocídio promovido pelo Estado Sionista de Israel na Faixa de Gaza, uma das principais preocupações no pontificado de Francisco.
“Dói-me profundamente o que acontece na Faixa de Gaza. Cesse imediatamente o fogo! Que seja prestado socorro humanitário à população civil exausta e que todos os reféns sejam libertos”, disse Leão XIV.
O papa ainda se referiu à população ucraniana, que há mais de 3 anos vive sob bombardeios da Rússia, em uma extensão da guerra fria. Neste domingo (18), Leão XIV vai se encontrar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
“Trago em meu coração os sofrimentos do amado povo ucraniano. Que se faça todo o possível para se alcançar, o quanto antes, uma paz autêntica, justa e duradoura. Que todos os prisioneiros sejam libertos e que as crianças possam retornar às suas famílias", disse o papa.
O papa ainda disse ter recebido "com satisfação o anúncio do cessar-fogo entre Índia e Paquistão e espero que, por meio das próximas negociações, se possa em breve chegar a um acordo duradouro”.
“Quantos outros conflitos existem no mundo! Confio à Rainha da Paz este apelo comovido, para que seja Ela a apresentá-lo ao Senhor Jesus, a fim de obtermos o milagre da paz", emendou o papa, pedindo à Maria, considerada mãe de Jesus e cultuada pelos católicos.
Pontificado
Leão XIV desfilou, pela primeira vez, de papamóvel entre os fiéis neste domingo e distribui acenos e sorriso no balcão central da Basílica de São Pedro por alguns minutos após a mensagem.
Em seguida, na missa realizada na Praça São Pedro, Leão XIV recebeu oficialmente os dois principais símbolos de seu pontificado durante a missa de início do papado: o pálio, uma faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda colocada sobre seus ombros, e o Anel do Pescador, joia tradicionalmente feita de ouro que traz gravada a imagem de São Pedro com uma rede de pesca e o nome do novo papa.
A cerimônia prosseguiu com o rito simbólico de “obediência”, prestado ao Papa por doze representantes de todas as categorias a Igreja Católica, provenientes de várias partes do mundo, entre eles, o cardeal brasileiro Jaime Spengler.
Na homilia - o popular sermão -, Leão XIV lembrou o Papa Francisco, “que nos deixou como ovelhas sem pastor”, e que foi “chamado a guardar o rico patrimônio da fé cristã e, ao mesmo tempo, ir ao encontro das interrogações, das inquietações e dos desafios de hoje”.
"Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vocês como um irmão que deseja fazer-se servo da fé e da alegria, percorrendo com vocês o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos numa única família", afirmou.
Em seguida, Leão XIV denunciou "um paradigma econômico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres".
"Ainda vemos muita discórdia, muitas feridas causadas pelo ódio, pela violência, pelo preconceito, pelo medo do diferente, por um paradigma econômico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres".
Leão XIV ainda mandou um recado para os líderes autocráticos no mundo, dizendo que ele, assim como os sucessores de Pedro, devem apascentar o rebanho sem nunca ceder à tentação de ser um líder solitário ou um chefe colocado acima dos outros, tornando-se dominador das pessoas que lhe foram confiadas pelo contrário, deve servir a fé dos irmãos, caminhando com eles.
"Irmãos e irmãs, gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado", afirmou.