TRAGÉDIA

Laudo final sobre a morte de Paulinha Abelha descarta relação com uso de medicamentos

Parecer assinado pelo médico Nelson Bruni Cabral de Freitas, a artista morreu por causa de uma infecção no Sistema Nervoso Central, com consta na certidão de óbito

Créditos: Reprodução/Instagram
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A família da cantora Paulinha Abelha, vocalista da banda de forró Calcinha Preta, divulgou nesta quinta-feira (31) o laudo de um médico contratado para estudar as causas da morte da artista, que ocorreu no último dia 13 de fevereiro. 

À época, a principal hipótese era que as complicações renais, hepáticas e neurológicas haviam sido desencadeadas por medicamentos de emagrecimento, mas essa hipótese foi descartada pelo médico Nelson Bruni Cabral de Freitas, responsável pelo parecer. 

O legisla e clínico geral afirma que "o óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de intoxicação Exógena medicamentosa". 

A conclusão do médico contratado pela família de Paulinha Abelha tem como base os prontuários e laudos dos hospitais onde Paulinha esteve internada. O legista afirma que as lesões no fígado de Paulinha não tiveram relação com "os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro (da médica nutróloga Paula Cavallaro, que acompanhava a cantora) e durante a internação hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera)". 

Além disso, o médico reiterou que não houve conduta inadequada por parte dos profissionais que atenderam a vocalista do Calcinha Preta. 

Meningite bacteriana, do cérebro aos rins e o caso Paulinha Abelha

A cantora Paulinha Abelha, da banda Calcinha Preta, morreu em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico que provocou morte encefálica. A artista estava internada desde o dia 11 de fevereiro em Aracaju (SE) após apresentar problemas renais. Paulinha Abelha estava em estágio de coma profundo.

Paulinha foi internada com problemas renais. Depois de três dias, o quadro se agravou e ela foi transferida para a UTI, quando passou a fazer diálise, procedimento que visa retirar substâncias tóxicas que ficam retidas no organismo quando os rins deixam de funcionar normalmente.

“Algumas têm transmissão respiratória. No caso da meningocócica, a bactéria fica alojada na garganta. Eventualmente, ao tossir, a pessoa pode eliminar essa bactéria e contaminar outra”, informa.

De acordo com o médico, como as bactérias vão para o cérebro é uma das grandes discussões. “As outras meningites bacterianas mais comuns, hemófilos e penumococo, têm mecanismos de romper barreiras, como por meio de um abscesso dentário, sinusite, lesão em região facial. Ou seja, por contiguidade podem acometer o sistema nervoso central”, afirma Caseiro.

Ele revela que normalmente as bacterianas, caso de Paulinha, são as mais graves e se não tratadas de uma forma rápida com antibioticoterapia, a mortalidade é de 100%. A sobrevida e as complicações estão relacionadas à velocidade com que são feitos o diagnóstico e a instituição de antibioticoterapia.

“O que é importante é que algumas meningites são muito graves. Podem se disseminar rapidamente, causar uma septicemia e levar a uma insuficiência renal”, alerta o infectologista.

Vacinas podem prevenir meningites bacterianas
Caseiro ressalta que existem vacinas para prevenir as meningites bacterianas e estão no calendário vacinal infantil.

“Todas as três principais meningites bacterianas têm vacinas. Adultos, normalmente, não tomam essas vacinas. Obviamente, ficam desprotegidos, ainda que não seja comum em indivíduos com mais idade”, completa o médico.