TECNOLOGIA

Absorvente inteligente analisa sangue menstrual e pode ajudar no diagnóstico de doenças

Equipamento acoplado ao absorvente detecta proteínas associadas a inflamações e tipos de câncer

Créditos: Assembleia Legislativa do Espírito Santo
Escrito en SAÚDE el

Pesquisadores da ETH Zurique desenvolveram um dispositivo inovador que pode, no futuro, ajudar a rastrear doenças como o câncer de ovário de forma simples e acessível. A tecnologia consiste em uma pequena tira de papel embutida em um absorvente menstrual que reage a biomarcadores presentes no sangue. Em contato com certas proteínas associadas a inflamações ou tumores, o teste muda de cor, indicando a presença dessas substâncias.

Segundo a professora Inge Herrmann, responsável pelo projeto, a proposta é oferecer uma ferramenta de monitoramento acessível, especialmente para pessoas com maior risco de desenvolver câncer. Os primeiros testes, descritos em artigo publicado na revista Advanced Science, já demonstraram que o protótipo é capaz de identificar três biomarcadores importantes: a proteína C reativa (PCR), o antígeno carcinoembrionário (CEA) e o CA-125 — este último comumente associado ao câncer de ovário.

O dispositivo mede cerca de 2 cm e é revestido por silicone, ficando na base do absorvente. Pode ser utilizado por um ciclo menstrual inteiro e é confortável, segundo relatos de pessoas usuárias. Os resultados aparecem em até 15 minutos e podem ser visualizados a olho nu ou interpretados com mais precisão por meio de um aplicativo com inteligência artificial.

LEIA TAMBÉM: Mais de 14 mil meninas foram mães em 2023 e só 1,1% tiveram acesso a aborto legal 

Testes preliminares mostraram que a detecção dos biomarcadores no sangue menstrual foi compatível com os resultados obtidos em amostras de sangue venoso, o que reforça o potencial clínico da inovação. No entanto, os cientistas alertam para desafios, como o risco de falsos positivos que podem causar ansiedade desnecessária.

A próxima fase da pesquisa deve incluir cerca de 100 participantes em testes de campo. Se os resultados forem positivos e a regulamentação permitir, o produto poderá chegar ao mercado em aproximadamente três anos

LEIA TAMBÉM: Uso indiscriminado de tadalafila e sildenafila pode comprometer protocolos de infarto 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar