Uma das personagens mais queridas da novela “Vale Tudo”, atual trama das 21h da Globo em nova versão escrita por Manuela Dias, é Heleninha Roitman. Na versão de 1988, ela foi interpretada por Renata Sorrah; agora, quem dá vida à artista plástica é Paolla Oliveira.
Heleninha enfrenta um drama sensível: a dependência do álcool. Ao longo da novela, ela passa por recaídas até encontrar apoio nos Alcoólicos Anônimos (AA), quando começa a controlar sua relação com a bebida.
Te podría interesar
Se na versão original Heleninha era chamada de “alcóolatra”, a nova Vale Tudo adota um termo mais atual: “alcoolista”. A mudança é significativa. Até mesmo Odete Roitman, mãe da personagem, usa o termo “alcoolista” para se referir à filha. Mas qual é, afinal, a diferença entre alcoólatra e alcoolista?
De alcoólatra a alcoolista: por que a mudança importa?
Durante décadas, o termo “alcoólatra” foi amplamente utilizado para descrever pessoas com vício em álcool. No entanto, carrega um peso estigmatizante, como se o problema fosse apenas uma questão de caráter ou fraqueza moral. Por isso, desde os anos 1980 e 1990, espaços como os Alcoólicos Anônimos e serviços públicos de saúde passaram a adotar a palavra “alcoolista”.
Te podría interesar
A nova terminologia reflete uma visão mais humanizada e científica do alcoolismo, reconhecido como uma doença crônica multifatorial. Esse entendimento foi reforçado por órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e por políticas públicas brasileiras, como a criação dos CAPS AD (Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas).
Enquanto “alcóolatra” reforça preconceitos, “alcoolista” reconhece que o indivíduo precisa de tratamento, acolhimento e apoio — e não de julgamento. É uma mudança de vocabulário com grande impacto social.
Globo ajuda a popularizar o termo "alcoolista" com nova “Vale Tudo”
A novela da Globo está ajudando a popularizar esse novo olhar. Ao mostrar Heleninha Roitman sendo tratada como alcoolista, a novela colabora para a desconstrução do estigma. Próximo ao fim da trama, a personagem deve entrar em contato com outros dependentes, mostrando que o alcoolismo não escolhe classe, cor ou gênero.
Ao incorporar essa atualização de linguagem, “Vale Tudo” reforça seu papel como veículo de conscientização e debate social, em sintonia com discussões contemporâneas sobre saúde mental e dependência química.