Com a queda das temperaturas nesta época, hospitais e prontos-socorros têm registrado aumento significativo nos atendimentos de crianças com sintomas respiratórios, principalmente casos de bronquiolite.
Trata-se de uma infecção que, na maioria das vezes, é provocada pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e é mais comum em bebês e crianças pequenas, atingindo os pulmões.
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A infectologista pediátrica Carolina Brites alertou que o contexto atual exige atenção redobrada de pais e responsáveis, especialmente em relação aos grupos mais vulneráveis.
Dados do Ministério da Saúde apontaram que, até fevereiro de 2025, o Brasil registrou 8.451 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e 565 mortes, sendo 5 delas causados pelo VSR.
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Segundo a especialista, a bronquiolite pode, inicialmente, se manifestar como um resfriado comum, com congestão nasal e tosse seca. Porém, a doença pode progredir em um curto espaço de tempo.
“Em 24 a 48 horas, pode evoluir para um quadro respiratório mais grave, com cansaço, dificuldade para respirar e irritabilidade. É comum que os pais percebam o esforço da criança ao respirar, principalmente observando a movimentação da barriguinha”, explicou a médica.
A especialista destacou que bebês prematuros, crianças que tiveram complicações neonatais ou que possuem alguma condição pulmonar preexistente são mais suscetíveis à bronquiolite, especialmente à causada pelo VSR, um dos principais agentes etiológicos da doença. A exposição a aglomerações e ambientes com pouca higiene também pode aumentar o risco de contágio.
Prevenção
“A prevenção está ligada à higiene, ventilação adequada e à proteção dos grupos de risco. Hoje, já temos vacinas disponíveis para o VSR, tanto para gestantes quanto para bebês, o que é um avanço importante”, afirmou.
Para prevenir a bronquiolite, Carolina ressaltou, ainda, a importância de uma gestação saudável, para reduzir a prematuridade; vacinação contra o VSR para gestantes e bebês; higiene adequada; e atenção aos sinais de piora respiratória.
“O tratamento é individualizado e pode ser muito intensivo. Por isso, o ideal é agir com rapidez. Detectar precocemente a piora do quadro pode evitar complicações maiores”, destacou a infectologista, que é mestra em Ciências Interdisciplinares em Saúde e, atualmente, é professora de Pediatria na Unaerp, em Guarujá, e na Universidade São Judas, em Cubatão, além de atuar em hospitais e consultório.
Ainda segundo a médica, o tratamento da bronquiolite é de suporte respiratório, incluindo oxigenoterapia e, em casos graves, internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), já que não há um tratamento específico para a infecção.
O aumento de casos, principalmente durante o outono e inverno, está relacionado à maior circulação do VSR e à maior precisão diagnóstica. São mais vulneráveis os bebês prematuros, os que não foram amamentados e os que apresentam doenças cardíacas ou pulmonares.
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