Estudos diversos já relacionaram o consumo de café a benefícios de saúde, como a diminuição dos riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, os benefícios para a saúde cerebral e até a contribuição para os níveis de absorção de insulina no organismo, que podem atuar reduzindo, também, os riscos de diabetes e de aumento do colesterol.
Mas a dúvida que resta é: quanto café é "café demais"? As pessoas deveriam se atentar ao seu consumo excessivo de café, ou melhor, alguns tipos de pessoas deveriam ser mais cautelosas com a bebida?
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De acordo com Leana Wen, professora associada da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, ouvida pela CNN International, as evidências acerca dos benefícios de saúde do café são "bastante concretas", mas se referem ao seu consumo moderado.
Os resultados positivos do café no organismo estão relacionados a certos químicos presentes na sua estrutura, conhecidos por seus efeitos antioxidantes e anti inflamatórios, que podem inclusive reduzir o risco de alguns tipos de câncer.
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Mas quanto café é bom para o corpo, e onde está a linha do exagero?
De acordo com um estudos realizados no Reino Unido em 2022 e em 2024, diz a professora Wen, entre as pessoas que consumiam até três xícaras de café por dia, havia até 48% de redução dos riscos de desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, e, consequentemente, uma diminuição no índice de mortalidade por essa espécie de comorbidade.
Mas há nuances aí: além de ter estimado apenas o número de três xícaras de café diárias, o estudo também concluiu que era o café em grãos, e não o instantâneo, aquele capaz de diminuir mais os riscos de saúde. Os efeitos do café instantâneo podiam ser até 11% menores.
Além disso, consumir mais do que 400 miligramas de cafeína por dia pode ter um efeito rebote e levar a palpitações cardíacas, insônia e "intoxicação por cafeína".
As quantidades de cafeína por xícara variam de acordo com o tipo de café. Para expresso, por exemplo, costuma haver cerca de 100mg de cafeína a cada 60 ml. Já no caso do café filtrado, a quantidade varia de 75mg a 200 mg para cada 100ml ou 200 ml.
O café instantâneo pode ter até 144 mg em 200 ml.
Intoxicação por cafeína?
A intoxicação por cafeína é um fenômeno real, e ocorre quando o limite de cafeína suportado pelo organismo é atingido, o que varia de pessoa para pessoa.
Mas os efeitos costumam incluir uma interrupção do ritmo normal dos batimentos cardíacos, o que pode, ao extremo, levar a uma parada cardiovascular, ou a problemas gastrointestinais sérios, envolvendo vômitos, diarréia, maior volume de miccção e a eliminação de minerais essenciais presentes no organismo — como o potássio, essencial aos músculos.
Se ingerido em uma quantidade maior do que a média diária estimada por profissionais de saúde, além disso, o café por danificar os músculos (pela retirada de potássio e outros minerais relacionados ao cálcio) e causar até dificuldades respiratórias.
Alguns grupos de pessoas específicos, portanto, devem, sim, atentar-se à quantidade de café ingerida diariamente. Eles são constituídos, principalmente, por gestantes, pessoas que já apresentam algum tipo de problema cardíaco, ou pessoas que utilizam medicações que podem interagir com a cafeína no organismo — como medicamentos para controle hormonal da tireoide e alguns antidepressivos.
É recomendado, ademais, que o consumo de café seja feito durante as primeiras horas da manhã, o melhor horário para que o corpo consiga absorver e eliminar a tempo a cafeína, até as horas de sono.
A cafeína costuma permanecer no corpo por até 12 horas, embora esse tempo varie de acordo com o organismo. Seu pico de concentração, por outro lado, dura entre 30 a 45 minutos (o momento em que a quantidade de cafeína no plasma sanguíneo atinge seu máximo).
