Um novo método para descobrir a predisposição de um indivíduo à calvície tem chamado a atenção: trata-se de um exame de análise feito a partir da testagem genética — pela coleta de uma amostra de saliva, por exemplo.
O exame consiste em identificar, através de uma amostra genética, a presença dos genes causadores de doenças capilares e de alopecia, condição caracterizada pela perda parcial ou total de pelos ou cabelos em diferentes áreas do corpo, que pode ter diversas causas, desde os fatores genéticos até questões específicas relacionadas à saúde.
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A amostra de saliva colhida é enviada para a análise laboratorial e pode revelar, após cerca de duas semanas, se aquele indivíduo tem os marcadores genéticos da queda de cabelo. Pode-se identificar, por exemplo, se há predisposição para alopecia androgenética (a famosa calvície hereditária).
A alopecia androgenética é uma condição mais comum em homens, mas também afeta mulheres. É, além disso, a causa mais comum da queda de cabelo, relacionada ao histórico familiar (isto é, à presença do gene herdado de maneira hereditária). Ela está ligada, também, a hormônios androgênios, como a testosterona, que são convertidos no organismo em DHT (dihidrotestosterona), responsável por enfraquecer os folículos capilares, afiná-los no topo da cabeça e reduzir seu volume.
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A testagem genética para calvície
Chamado de "TrichoTest" (tricho, do grego, significa "cabelo"), essa nova tecnologia pode desenvolver uma análise personalizada para cada pessoa, de acordo com sua predisposição particular para a perda de cabelo. Assim, é mais fácil saber que espécie de tratamento adotar.
Isso porque a queda de cabelo genética é um problema multifacetado, que envolve fatores distintos: sensitividade hormonal, diferentes padrões de circulação sanguínea, inflamações, a saúde dos folículos de cabelo e outros.
No Brasil, já há uma versão nacional desse exame, desenvolvido por duas pesquisadoras brasileiras em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Ana Lúcia Junqueira e Ana Carina Junqueira, as pesquisadoras responsáveis pelo teste, explicam à Folha de S.Paulo que codificaram os genes relacionados à alopécia e passaram a oferecer a testagem laboratorial para alopecia em São Carlos, município de São Paulo.
Pelo menos 120 pessoas já realizaram o teste, que funciona melhor quando existe um histórico genético no quadro familiar. Caso ele não exista, fica mais difícil fazer um teste genético assertivo, já que a detecção da condição geralmente deve envolver biópsia ou um teste clínico específico (a dermatoscopia, que analisa a raiz do couro cabeludo).