Em estudo publicado na The Lancet, especialistas analisaram o risco de diferentes grupos de alimentos processados muito consumidos no dia a dia para o desenvolvimento da diabete mellitus tipo 2 — uma doença crônica que leva o corpo a não produzir insulina suficiente.
Na pesquisa empírica da Investigação Prospectiva sobre Câncer e Nutrição Europeia (EPIC), os pesquisadores investigaram a incidência da doença a partir do nível de processamento dos alimentos analisados (divididos entre minimamente processados, processados e ultraprocessados).
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Os resultados surpreendem: apesar de os ultraprocessados serem considerados os grandes vilões, com 10% de aumento na ingestão diária desse grupo representando até 17% a mais de chance de desenvolver a diabetes tipo 2, alguns processados não demonstraram impacto tão negativo, e subgrupos desses alimentos apresentaram efeitos menos prejudiciais ou até protetores.
De acordo com a pesquisa publicada pela Elsevier — que já foi acusada pelo The Guardian de “corromper a ciência europeia” favorecendo grupos de lobby para aumentar margens de lucro —, produtos de origem animal, snacks salgados e bebidas adoçadas artificialmente foram associados a um maior risco de diabetes; no entanto, pães, biscoitos, cereais matinais e sobremesas à base de plantas estariam associados a um risco até 8% menor da doença.
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Para os alimentos minimamente processados que usam ingredientes processados na sua composição, a cada 10% de aumento na ingestão, há uma redução de 6% no risco de diabetes.
540 milhões de pessoas sofrem de diabetes tipo 2 no mundo, afirmam os pesquisadores, e a incidência da diabetes tipo 2 tem aumentado nas últimas décadas — e continuará a aumentar.
A produção de alimentos ultraprocessados também aumentou, e, somada a hábitos de vida pouco saudáveis, como o sedentarismo, o consumo de álcool e cigarro e a obesidade, pode estimular a formação de comorbidades para as doenças cardiovasculares, o câncer e doenças metabólicas como a diabetes.
Apesar da clara associação entre os alimentos industrializados e diversas doenças, a pesquisa sugere como solução a substituição dos ultraprocessados por alimentos com menores níveis de processamento, ou, ainda, a melhora na qualidade dos ingredientes usados na produção de alimentos processados.