Dois médicos americanos tiveram suas respectivas certificações revogadas pelo American Board of Internal Medicine (ABIM), uma espécie de Conselho Federal de Medicina de lá. Eles lideraram uma organização que promove a ivermectina como tratamento precoce para a Covid-19.
Um deles é Pierre Kory, que era intensivista especializado em doenças pulmonares e medicina interna. O outro é Paul Ellis Marik, que também era intensivista.
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Os dois fundaram, em março de 2020, o Front Line Covid-19 Critical Care Alliance. A organização ficou conhecida no auge da pandemia por defender a ivermectina como tratamento para a covid. Atualmente, a organização divulga suplementos para tratar "problemas causados por vacinas".
Nos EUA, assim como no Brasil, médicos e autoridades de extrema direita passaram a propagar o chamado “kit Covid”, uma espécie de “tratamento precoce”, em que, além da ivermectina, foram adotadas também outras drogas, como hidroxicloroquina, nitazoxanida, azitromicina e corticosteroides sistêmico. Nenhuma delas teve jamais alguma eficácia comprovada contra a Covid, além de provocarem graves efeitos colaterais pelo uso fora da bula.
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Por aqui, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou, em julho de 2020, a utilização desses remédios para esse fim.
“Liberdade de expressão”
Os dois profissionais que tiveram a licença revogada usaram o argumento da liberdade de expressão em declaração enviada por e-mail ao Medscape Medical News:
"Acreditamos que esta decisão representa uma mudança perigosa dos princípios fundamentais do discurso médico e do debate científico que historicamente têm sido a base das associações de educação médica". Além disso, disseram que a posição da ABIM é um ataque “à liberdade de expressão”.
Com informações do Globo