A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou que a pasta estima 1.600 casos de leptospirose devido às enchentes no Rio Grande do Sul. A projeção foi discutida em uma reunião com especialistas, nesta quarta-feira (29), e divulgada em coletiva de imprensa em Porto Alegre.
O número representa quatro vezes o total de casos contabilizados durante todo o ano de 2023, que chegou a 400. Em seu comunicado, Nísia reforçou a importância de que pessoas com suspeita da doença sejam imediatamente encaminhadas ao atendimento médico.
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“Há tratamento para leptospirose e, por essa razão, nós recomendamos – queria enfatizar isso – que não se espere a confirmação do diagnóstico. Temos testes, o laboratório central está processando esse material e isso é importante para que a gente conheça a realidade. Mas o tratamento se dá a partir do momento em que se verificam os sintomas", disse a ministra.
Atualmente, o Rio Grande do Sul já contabiliza cinco mortes devido a leptospirose, além de 124 casos confirmados.
Indicações do Ministério
O Ministério da Saúde recomenda que pessoas que tenham tido contato com água parada ou lama das enchentes, inclusive no processo de limpeza dos ambientes, e apresentem febre, dores musculares, dor de cabeça ou mesmo sintomas semelhantes à gripe, devem buscar atendimento médico em qualquer ponto da rede de atenção à saúde, incluindo os hospitais de campanha da Força Nacional do SUS.
O Ministério já entregou 400 testes de leptospirose ao governo do Rio Grande do Sul.
Leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira e contraída pela urina de roedores e outros animais. É transmitida para o ser humano principalmente durante as enchentes. Por isso, em tragédias climáticas como a do Rio Grande do Sul, a possibilidade de um surto da doença é mais alta e gera alerta para as autoridades.
Os sintomas mais frequentes da doença são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas, podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas mais graves, geralmente aparece coloração amarelada da pele e dos olhos e há a necessidade de cuidados especiais em caráter de internação hospitalar. O doente pode apresentar, ainda, hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.
O tratamento é feito através de medicamentos indicados por um médico e a automedicação não é recomendada, já que pode agravar o quadro da doença.
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