A densidade das mamas — característica do tecido mamário que indica a proporção entre tecido glandular, fibroso e adiposo — pode ser uma dificuldade a mais na detecção de cânceres, de acordo com especialistas ouvidos pela National Geographic.
Tecidos mamários mais "densos" tendem a obscurecer os registros de câncer em exames de mamografia, porque o tecido cancerígeno aparece mais ‘branco’ e tende a se confundir com a composição do restante do tecido, dizem os especialistas.
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Isso torna as anormalidades mais sutis e difíceis de detectar, e pode estar associado a um risco mais alto de desenvolvimento de câncer de mama.
29 estudos que analisam diferentes mamografias desde os anos 2000 indicaram que 40% da detecção de câncer ocorreu entre mulheres de mamas densas, segundo dados compartilhados no British Journal of Cancer.
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Especialistas esclarecem, no entanto, que mamas mais densas não são maiores, mais sensíveis ou apresentam sensações distintas ao toque: elas têm mais tecido fibroso e glandular em comparação a mamas menos densas, e podem ser divididas em quatro tipos de densidade, que vão de A a D.
Os níveis C e D são considerados os mais densos e preocupantes, afirmam os médicos; mas a única maneira de visualizar a densidade é a partir de exames de imagem, como ultrassons e a própria mamografia.
A idade também não é um fator de relevância para a densidade, informa Laurie Margolies, vice-presidente do Sistema de Saúde Mount Sinai, de Nova York.
A densidade é um fator genético, diz Margolies, e mulheres com um menor índice de massa corporal (IMC) costumam ter seios mais densos — embora essa não seja uma regra.
Margolies indica que mulheres com seios mais densos tenham uma rotina mais rigorosa de exames preventivos, que facilitam a detecção inicial da doença.
Os médicos e sistemas de saúde não costumam incluir essa espécie de paciente em grupos de risco ou solicitar exames mais frequentes; por isso, é necessário que as mulheres tenham um cuidado maior de autoavaliação e solicitem, elas mesmas, esses testes “extras”.
Para mulheres abaixo dos 40 anos, os cânceres de mama costumam ser mais agressivos, notam os especialistas. Portanto, "faça perguntas, peça testes adicionais se necessário, e não pule exames anuais de prevenção”.