CÂNCER E MAMA

Densidade das mamas dificulta detecção de câncer, dizem especialistas

Exames de imagem podem ajudar a entender a composição do tecido mamário e melhorar prevenção e diagnóstico; entenda

Mulher lendo.Créditos: Pixabay
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A densidade das mamas — característica do tecido mamário que indica a proporção entre tecido glandular, fibroso e adiposo — pode ser uma dificuldade a mais na detecção de cânceres, de acordo com especialistas ouvidos pela National Geographic.

Tecidos mamários mais "densos" tendem a obscurecer os registros de câncer em exames de mamografia, porque o tecido cancerígeno aparece mais ‘branco’ e tende a se confundir com a composição do restante do tecido, dizem os especialistas.

Isso torna as anormalidades mais sutis e difíceis de detectar, e pode estar associado a um risco mais alto de desenvolvimento de câncer de mama

29 estudos que analisam diferentes mamografias desde os anos 2000 indicaram que 40% da detecção de câncer ocorreu entre mulheres de mamas densas, segundo dados compartilhados no British Journal of Cancer

Especialistas esclarecem, no entanto, que mamas mais densas não são maiores, mais sensíveis ou apresentam sensações distintas ao toque: elas têm mais tecido fibroso e glandular em comparação a mamas menos densas, e podem ser divididas em quatro tipos de densidade, que vão de A a D

Os níveis C e D são considerados os mais densos e preocupantes, afirmam os médicos; mas a única maneira de visualizar a densidade é a partir de exames de imagem, como ultrassons e a própria mamografia.

A idade também não é um fator de relevância para a densidade, informa Laurie Margolies, vice-presidente do Sistema de Saúde Mount Sinai, de Nova York. 

A densidade é um fator genético, diz Margolies, e mulheres com um menor índice de massa corporal (IMC) costumam ter seios mais densos — embora essa não seja uma regra.

Margolies indica que mulheres com seios mais densos tenham uma rotina mais rigorosa de exames preventivos, que facilitam a detecção inicial da doença. 

Os médicos e sistemas de saúde não costumam incluir essa espécie de paciente em grupos de risco ou solicitar exames mais frequentes; por isso, é necessário que as mulheres tenham um cuidado maior de autoavaliação e solicitem, elas mesmas, esses testes “extras”.

Para mulheres abaixo dos 40 anos, os cânceres de mama costumam ser mais agressivos, notam os especialistas. Portanto, "faça perguntas, peça testes adicionais se necessário, e não pule exames anuais de prevenção”.